quinta-feira, março 19, 2009

A abulia dos preservativos


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É deprimente. Triste. A sanha e a prosápia com que alguns dos habituées do Forum da TSF, hoje por hoje uma verdadeira montra nacional, se referiram ao Papa e à sua ”blasfémia” sobre o uso do preservativo em África é um retrato muito nítido daquilo que realmente somos. Poucos, muito poucos, conseguiram abordar com dignidade o “magno problema” das declarações do Papa a caminho dos Camarões, uma declaração habilmente descontextualizada pela nossa comunicação social e que a TSF achou merecer honras de Forum. A vilanagem atacou e ouviu-se de tudo. Desde o “senhor Papa” até às declarações “abúlicas” (eu seja ceguinho), passando pela maioria dos padres que são pedófilos e retrógrados, representantes duma igreja criminosa, tudo serviu para emular a nossa sociedade modelar, culta, moderna, letrada e, sobretudo, idiota.

O festim anti-papa foi aberto pelo teólogo Pureza (e eu que julgava que era sociólogo desde o Prós e Contras...) que debitou uns sólidos dez minutos de prédica alarve e que não deslustrou em nada aquilo que eu dele já ouvira na RTP.

Não resisto em repetir o “abúlicas” de um ouvinte iracundo de Gondomar (acho que era de Gondomar). As coisas que a nossa gente sabe. O tal participante deve ter ouvido o termo na "abulia" poética de um qualquer convento abandonado do Norte, onde ele suspeita que os padres andam a molestar as criancinhas. São uns abúlicos, estes sacerdotes!
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2 Comments:

At 12:38 da manhã, Anonymous Anónimo disse...

Nelso,

Eu própria, na minha excelsa essência, estou abúlica (eu seja ceguinha).
E, olha, que a pior abulia é aquela que não quer abulir...como os tais gajos com discursos abúlicos (como o do "Senhor papa") de Coreixas, da Damaia, de Contumil (contumilemos, pois!)ou, como com tanta perspicácia referes, de Gondomar(edilidade de uma tal criatura que oferece electrodomésticos em troca de um lugar na política e que passou mais depressa a major em dois anos do que eu a "titular" em 30!!! - conquistas do famoso 25).
Concordo em absoluto com o teu artigo desde a primeira à última linha (às vezes, entendemo-nos!:)) desde a couve do supermercado (passando óbvia e inelutavelmente pela apreciação da qualidade do melão) à guelra do jaquinzinho, onde o bom português (aquele de gema mesmo, eu seja ceguinha) tanto se apraz em mostrar (inelutavelmente, mais uma vez) a sua total sapiência.
Quais Camões, quais Pessoa, quais Torga e afins? Venha o carapau, o melão, o repolho...e eis o povo a vibrar de profunda e genuína felicidade.

Tu não me fiques abúlico, menino, que eu sempre te conheci a bulir...

E como o pior abúlico é o que não quer - ou não pode - abulir, vou abolir do meu âmago o interesse pelo amor ardente que o bom povinho tem ao jaquinzinho, ao melão e aos repolhos...despeço-me da horticultura e pescas e vou para ministra da cultura (sem horti) dos Camarões, das lagostas, dos berbigões ou das "percebes" (percebes?), que também podem ser "percebas" (para que percebas).

Piro-me, pois.

A bulir... e a abolir!

Osculo-te reverentemente (sempre um ósculo - da paz - velo e vrilhante)

 
At 12:40 da manhã, Anonymous Anónimo disse...

Esqueci-me de um último e importantíssimo apelo:

Nelso, tu preserva(tivos)a tua mui nobre pessoa sem abulia, please!

Conselho de amiguinha que só quer o teu bem!

 

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