Mais dinossáurios excelentíssimos?
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Mário Soares faz aqui, no DN de hoje, um verdadeiro incitamento à guerra civil. Por mais voltas que se dê ao texto é a única interpretação que consigo dar a expressões como:
"...Os Estados desviam milhões, que vêm directamente dos bolsos dos contribuintes, para evitar as falências de bancos mal geridos ou que se meteram em escandalosas negociatas..."
"...e as roubalheiras, ficam impunes? E o sistema que as permitiu - os paraísos fiscais -, os chorudos vencimentos (multimilionários) de gestores incompetentes e pouco sérios, ficam na mesma?..."
"...os multimilionários engordaram - os mesmos que agora emagreceram na roleta russa das economias de casino - e os responsáveis políticos (os mesmos, por quase toda a Europa) não pensam em mudar o paradigma..."
"...É demais! É sabido: quem semeia ventos colhe tempestades..."
Segue depois na sua crónica com um emaranhado de pensamentos, ideias e teses sobre os acontecimentos em Atenas, disfarçando mal o enorme gozo que o caos lhe está a causar e fala na França, em Espanha e em Portugal, assim de caminho, como quem não quer a coisa, deixando a ideia (esperança?) de que as lojas assaltadas, carros incendiados e, porque não?, uma ou outra bala perdida num garoto em fúria, poderão, de um momento para o outro, ser o cenário generalizado pela Europa. Tudo isto reprimido pela polícia horrenda, de bastão e capacete, imagem que lhe deve povoar o espírito em regime de permanência.
No fim da crónica espraia-se numas quantas vacuidades ecológicas, como convém, apaziguando a bílis que lhe inferniza as meninges e dando o toque correcto que se impõe.
No pleno uso da máxima que ele próprio, Soares, um dia apregoou como direito inalienável das pessoas, também eu tenho direito à indignação. Chega de tempo de antena a um indivíduo arrogante e convencido que todo o Portugal carrega uma dívida que jamais conseguirá pagar-lhe. Haja alguém que zele pela sanidade daqueles que ainda lêem jornais e gostariam de mudar a sensação estranha que vai reinando por aí de que voltámos aos gloriosos tempos do PREC, 34 anos depois, e que temos de continuar a prestar vassalagem a estes dinossáurios, por muito excelentíssimos que sejam.
Ler, também, este excelente post da Joana sobre Mário Soares e a sua crónica de hoje.
Mário Soares faz aqui, no DN de hoje, um verdadeiro incitamento à guerra civil. Por mais voltas que se dê ao texto é a única interpretação que consigo dar a expressões como:
"...Os Estados desviam milhões, que vêm directamente dos bolsos dos contribuintes, para evitar as falências de bancos mal geridos ou que se meteram em escandalosas negociatas..."
"...e as roubalheiras, ficam impunes? E o sistema que as permitiu - os paraísos fiscais -, os chorudos vencimentos (multimilionários) de gestores incompetentes e pouco sérios, ficam na mesma?..."
"...os multimilionários engordaram - os mesmos que agora emagreceram na roleta russa das economias de casino - e os responsáveis políticos (os mesmos, por quase toda a Europa) não pensam em mudar o paradigma..."
"...É demais! É sabido: quem semeia ventos colhe tempestades..."
Segue depois na sua crónica com um emaranhado de pensamentos, ideias e teses sobre os acontecimentos em Atenas, disfarçando mal o enorme gozo que o caos lhe está a causar e fala na França, em Espanha e em Portugal, assim de caminho, como quem não quer a coisa, deixando a ideia (esperança?) de que as lojas assaltadas, carros incendiados e, porque não?, uma ou outra bala perdida num garoto em fúria, poderão, de um momento para o outro, ser o cenário generalizado pela Europa. Tudo isto reprimido pela polícia horrenda, de bastão e capacete, imagem que lhe deve povoar o espírito em regime de permanência.
No fim da crónica espraia-se numas quantas vacuidades ecológicas, como convém, apaziguando a bílis que lhe inferniza as meninges e dando o toque correcto que se impõe.
No pleno uso da máxima que ele próprio, Soares, um dia apregoou como direito inalienável das pessoas, também eu tenho direito à indignação. Chega de tempo de antena a um indivíduo arrogante e convencido que todo o Portugal carrega uma dívida que jamais conseguirá pagar-lhe. Haja alguém que zele pela sanidade daqueles que ainda lêem jornais e gostariam de mudar a sensação estranha que vai reinando por aí de que voltámos aos gloriosos tempos do PREC, 34 anos depois, e que temos de continuar a prestar vassalagem a estes dinossáurios, por muito excelentíssimos que sejam.
Ler, também, este excelente post da Joana sobre Mário Soares e a sua crónica de hoje.
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Etiquetas: esquerda (s), Mário Soares, socialismos
2 Comments:
Claro que não estamos de acordo, e ainda bem, pois é pela diversidade de opiniões que a democracia é feita.
O Mário, pode exagerar, mas não deixa de ter razão quando aponta para os erros cometidos por meia dúzia de tubarões, que se aboletaram com fortunas, e estouraram com outras, e agora olham para o lado como se nada fosse com eles.
Já ouvi o Sócrates a mandar avisos à navegação e o Ministro das Finanças a endurecer o discurso, porque parece que afinal o sistema bancário não estava tão sólido como apregoavam.
Concordar com as desigualdades sociais, acredito eu, que você não estará de acordo que será lícito sermos nós, aqui na santa terrinha a exibir um dos padrões mais exóticos nesse campo. Saber dos vencimentos dos administradores da banca com processos em curso no BP não pode deixar ninguém indiferente.
Por outro lado, não vejo como Mário Soares possa desejar que se repita em Portugal o que se está a passar na Grécia, pois a fazê-lo saberia que não ficaria protegido da sanha popular.
Quanto aos Oceanos, é já uma antiga luta, pois sempre defendeu a nossa vertente atlântica como o futuro, e vejo que o continua a fazer.
Posso não estar de acordo com o tom, ou até da ênfase dada em certos passos do artigo, mas que não devemos de deixar de ter atenção às explosões que vão aparecendo um pouco por todo o lado é também uma verdade.
Nós ainda não voltamos aos tempos do PREC, mas acredite sinceramente que face ao que se tem visto ultimamente, anda muita estopa no ar, e uma faísca, agora que o frio aperta, pode surgir de uma qualquer chaminé.
Quanto à divida, eu ainda a não paguei, pois se ele não tivesse levantado a voz em tempos idos, certamente a história teria sido bem diversa.
Teófilo M.
Sim, Teófilo, discordamos totalmente. Só lhe digo que pela minha parte não me sinto com dívida benhuma. Mas para explicar isto eu precisaria de um longo e penoso post...
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