Posh
[2658]
A visão dos rostos tisnados de Marcelo e Flor Pedrosa sentados no cais de Maputo com a "Sagres" como cenário, com um pratinho de pastéis de nata confeccionados no próprio navio, a dissertar sobre a intriga política portuguesa, fez-me recordar um passado recente em que os factos políticos eram comentados com um complacente sorriso nos lábios e um pastelinho de bacalhau, nos jardins das residência do embaixador português.
Por qualquer razão que me escapa, ainda hoje tudo o que se diz na atmosfera envolvente e “posh” de Maputo se reveste de uma forte componente de frivolidade. É de uma forma frívola que se discute problemas tão graves como a fome, a guerra, as catástrofes naturais ou a insegurança. Tudo entre um “sip” de champanhe, um canapé de caviar ou um camarão panado, convenientemente espetado num palito para não engordurar os dedos. Provavelmente não haverá como fugir a esta forma pagã de se abordar a liturgia dos grandes problemas de África mas que é algo chocante é. Saltitar de embaixada em embaixada para comemorar os dias dos respectivos países entre champagne e canapés e, ao mesmo tempo, participar no "conhecimento profundo" que toda a gente tem sobre as grandes questões que enformam a tragédia corrente de grande parte dos países africanos chega a ser obsceno. Sobretudo quando muitos dos actores não fazem a mínima ideia do que se está falar.
Confesso ter reconhecido o significado de ver a “Sagres” atracada ao cais de Maputo, servir de cenário a Marcelo e Flor desfiando a intriga política do nosso país. Mas aquele ar de quem acabou de passar o dia ao sol da piscina do Polana, ter feito uma sauna, tudo entremeado com um par de exemplos felizes da cozinha moçambicana me fez lembrar o tal passado recente. Quando as desgraças eram regadas a vinho do Porto e champagne e almofadadas a beluga, ostras e viande de Grison. E se aventava um rosário de soluções salvíficas com que se haveria de resolver as tragédias africanas. Tal como Marcelo vai comentando e resolvendo as nossas…
A visão dos rostos tisnados de Marcelo e Flor Pedrosa sentados no cais de Maputo com a "Sagres" como cenário, com um pratinho de pastéis de nata confeccionados no próprio navio, a dissertar sobre a intriga política portuguesa, fez-me recordar um passado recente em que os factos políticos eram comentados com um complacente sorriso nos lábios e um pastelinho de bacalhau, nos jardins das residência do embaixador português.
Por qualquer razão que me escapa, ainda hoje tudo o que se diz na atmosfera envolvente e “posh” de Maputo se reveste de uma forte componente de frivolidade. É de uma forma frívola que se discute problemas tão graves como a fome, a guerra, as catástrofes naturais ou a insegurança. Tudo entre um “sip” de champanhe, um canapé de caviar ou um camarão panado, convenientemente espetado num palito para não engordurar os dedos. Provavelmente não haverá como fugir a esta forma pagã de se abordar a liturgia dos grandes problemas de África mas que é algo chocante é. Saltitar de embaixada em embaixada para comemorar os dias dos respectivos países entre champagne e canapés e, ao mesmo tempo, participar no "conhecimento profundo" que toda a gente tem sobre as grandes questões que enformam a tragédia corrente de grande parte dos países africanos chega a ser obsceno. Sobretudo quando muitos dos actores não fazem a mínima ideia do que se está falar.
Confesso ter reconhecido o significado de ver a “Sagres” atracada ao cais de Maputo, servir de cenário a Marcelo e Flor desfiando a intriga política do nosso país. Mas aquele ar de quem acabou de passar o dia ao sol da piscina do Polana, ter feito uma sauna, tudo entremeado com um par de exemplos felizes da cozinha moçambicana me fez lembrar o tal passado recente. Quando as desgraças eram regadas a vinho do Porto e champagne e almofadadas a beluga, ostras e viande de Grison. E se aventava um rosário de soluções salvíficas com que se haveria de resolver as tragédias africanas. Tal como Marcelo vai comentando e resolvendo as nossas…
.
Etiquetas: Escolhas de Marcelo
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home