Comer mais e melhor
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Sobem os preços do arroz e dos cereais e a culpa é dos capitalistas, diz-se. Dizem os consumidores de agricultura biológica e os gurus espirituais dos legisladores de Bruxelas que todos os dias acordam a pensar qual o agroquímico que deverão condicionar, em nome do bem-estar das populações.
Alguém deveria explicar a esta gente que o aumento dos cereais se deve ao capitalismo, sim, mas por força da melhoria do nível de vida das populações, sobretudo asiáticas, que podem comer mais e melhor e isso conduz a uma procura acentuada. O desvio de áreas agrícolas e sementes para a produção de biocombustíveis também não ajuda mas é uma prática que vai muito bem com a tendência.
Por mim, acho óptimo que os preços subam. Como disse, isso reflecte um facto insofismável – o de que milhões de pessoas estão a comer mais e melhor e isso é bom. Basta que a produção aumente e se estabilize a relação de oferta e procura para que a situação se resolva. E para aumentar a produção basta semear mais e dar uma adequada protecção fitossanitária às culturas. Toda a gente continua a comer mais e melhor, as empresas estabilizarão os preços e tudo volta ao normal. E os precavidos continuarão a comer agricultura biológica, mesmo que para chegarem aos locais de venda tenham de usar a viatura por algumas dezenas de quilómetros e queimar uns litros de combustível fóssil.
Sobem os preços do arroz e dos cereais e a culpa é dos capitalistas, diz-se. Dizem os consumidores de agricultura biológica e os gurus espirituais dos legisladores de Bruxelas que todos os dias acordam a pensar qual o agroquímico que deverão condicionar, em nome do bem-estar das populações.
Alguém deveria explicar a esta gente que o aumento dos cereais se deve ao capitalismo, sim, mas por força da melhoria do nível de vida das populações, sobretudo asiáticas, que podem comer mais e melhor e isso conduz a uma procura acentuada. O desvio de áreas agrícolas e sementes para a produção de biocombustíveis também não ajuda mas é uma prática que vai muito bem com a tendência.
Por mim, acho óptimo que os preços subam. Como disse, isso reflecte um facto insofismável – o de que milhões de pessoas estão a comer mais e melhor e isso é bom. Basta que a produção aumente e se estabilize a relação de oferta e procura para que a situação se resolva. E para aumentar a produção basta semear mais e dar uma adequada protecção fitossanitária às culturas. Toda a gente continua a comer mais e melhor, as empresas estabilizarão os preços e tudo volta ao normal. E os precavidos continuarão a comer agricultura biológica, mesmo que para chegarem aos locais de venda tenham de usar a viatura por algumas dezenas de quilómetros e queimar uns litros de combustível fóssil.
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Etiquetas: alimentação mundial
2 Comments:
Vou discordar com algum conhecimento de causa.
É certo que a subida generalizada dos preços tem correlação com um bocadinho de tudo aquilo que disse, mas a principal explicação radica na transferência de fundos financeiros dos mercados de acções para o mercado das commodities. Aliás, movimento iniciado já há alguns anos no petróleo e no ouro.
O que acontece é que esses mercados funcionam com contratos de futuros e opções, isto é, de derivados. Ora, quantos maior a apetência por estes produtos financeiros, maior o aumento dos seus preços.
Por ora n tenho tempo, mas terei muito gosto em explicar melhor a minha opinião noutra ocasião.
Boas bloguices,
joãog
Não sendo um especialista na matéria, tenho consciência do que se está a passar no que refere a transferência de capitais das acções para o mercado das commodities. Penso que esse movimento terá muito a ver com a depreciação do dólar. Mas eu não apontei as causas em profundidade, limitei-me a mencionar alguns aspectos que têm condicionado os preços dos cereais e outras commodities e à visão pueril dos activistas da paróquia. Nem a tal me atreveria, por falta de formação relacionada com a matéria. Mesmo asim, atrevo-me a recomendar-lhe o artido de hoje do J. César das Neves no DN. Quando ele não fala de crucifixos ou aborto, diz coisas plausíveis. Vá até lá.
Um abraço
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