"Ai"5
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A A5 é uma via rodoviária que eu evito, por sistema, para preservar o meu equilíbrio mental. É uma questão de higiene, de discernimento e de racionalidade no sentido de que há cerca de dois anos atrás achei que a Brisa nos devia pagar para percorrermos aqueles cerca de 20 quilómetros em vez de sermos nós a pagar à brisa. Em conformidade, e dada a minha necessidade de me deslocar diariamente entre Cascais e Lisboa, passei a optar pela Marginal que foi a decisão mais inteligente que tomei. E todos os dias percorro a dita, cheirando a maresia e olhando o mar e sem paragens e sem portagens.
Tudo isto porque é muito raro o dia em que não há acidentes na A5. Por duas razões principais. Uma porque em Portugal ainda não se percebeu que fazer auto-estradas sem fazer os respectivos acessos e saídas não ajuda muito. Outra porque os portugueses mantêm esta forma patológica de conduzir uma viatura. Algo que se situa mais ou menos entre o parecer que acabámos de roubar um carro e a fúria de qualquer coisa como péra aí que já te vou ao focinho por teres passado para a minha faixa. O resultado desta mistura explosiva são os acidentes. Na A5 eu diria que a coisa se passa quase a uma cadência horária. Desde o arranhão na pintura com as respectivas duas horas consequentes a ver quem é que teve a culpa e quem é que nos paga o carrinho, até ao acidente mais espaventoso envolvendo vários carros, sendo invariavelmente um deles um daqueles "comerciais" com rede ao meio, normalmente conduzidos por putos fogosos e malcriados que se completam ao volante de uma daquelas "bombas de rede ao meio".
Depois há o laxismo habitual de uma quase total ausência de informação e falta de respeito por aqueles que pagaram a portagem. Ainda ontem um acidente aparatoso no sentido Cascais/Lisboa provocou um engarrafamento gigantesco durante o qual os veículos permaneceram virtualmente parados durante mais de uma hora. Pois ao entrar na cabine da portagem para pagamento da mesma e perguntando que engarrafamento era aquele àquela hora (eram cerca de nove horas da noite), a menina respondeu que era um acidente. Assim como quem diz que amanhã tinha de ir ao cabeleireiro ou que no próximo Verão vai a Puntacana. Ninguém se lembrou de "espetar uma tabuleta" que fosse a dizer há acidente, siga por outra via, a tempo ainda de entrar na ratoeira.
Eu acho que já nem é por mal. É por laxismo. Por insensibilidade, por "deixa andar". De vez em quando vão-nos ao bolso, tiram-nos regalias, controlam-nos e avaliam-nos e aqui d’el rei que a ditadura voltou e vai tudo fazer barulho para a rua ou arruaça para os blogues.
O curioso é que vamos lá para fora e ajustamo-nos. Cá dentro é esta desgraça.
A A5 é uma via rodoviária que eu evito, por sistema, para preservar o meu equilíbrio mental. É uma questão de higiene, de discernimento e de racionalidade no sentido de que há cerca de dois anos atrás achei que a Brisa nos devia pagar para percorrermos aqueles cerca de 20 quilómetros em vez de sermos nós a pagar à brisa. Em conformidade, e dada a minha necessidade de me deslocar diariamente entre Cascais e Lisboa, passei a optar pela Marginal que foi a decisão mais inteligente que tomei. E todos os dias percorro a dita, cheirando a maresia e olhando o mar e sem paragens e sem portagens.
Tudo isto porque é muito raro o dia em que não há acidentes na A5. Por duas razões principais. Uma porque em Portugal ainda não se percebeu que fazer auto-estradas sem fazer os respectivos acessos e saídas não ajuda muito. Outra porque os portugueses mantêm esta forma patológica de conduzir uma viatura. Algo que se situa mais ou menos entre o parecer que acabámos de roubar um carro e a fúria de qualquer coisa como péra aí que já te vou ao focinho por teres passado para a minha faixa. O resultado desta mistura explosiva são os acidentes. Na A5 eu diria que a coisa se passa quase a uma cadência horária. Desde o arranhão na pintura com as respectivas duas horas consequentes a ver quem é que teve a culpa e quem é que nos paga o carrinho, até ao acidente mais espaventoso envolvendo vários carros, sendo invariavelmente um deles um daqueles "comerciais" com rede ao meio, normalmente conduzidos por putos fogosos e malcriados que se completam ao volante de uma daquelas "bombas de rede ao meio".
Depois há o laxismo habitual de uma quase total ausência de informação e falta de respeito por aqueles que pagaram a portagem. Ainda ontem um acidente aparatoso no sentido Cascais/Lisboa provocou um engarrafamento gigantesco durante o qual os veículos permaneceram virtualmente parados durante mais de uma hora. Pois ao entrar na cabine da portagem para pagamento da mesma e perguntando que engarrafamento era aquele àquela hora (eram cerca de nove horas da noite), a menina respondeu que era um acidente. Assim como quem diz que amanhã tinha de ir ao cabeleireiro ou que no próximo Verão vai a Puntacana. Ninguém se lembrou de "espetar uma tabuleta" que fosse a dizer há acidente, siga por outra via, a tempo ainda de entrar na ratoeira.
Eu acho que já nem é por mal. É por laxismo. Por insensibilidade, por "deixa andar". De vez em quando vão-nos ao bolso, tiram-nos regalias, controlam-nos e avaliam-nos e aqui d’el rei que a ditadura voltou e vai tudo fazer barulho para a rua ou arruaça para os blogues.
O curioso é que vamos lá para fora e ajustamo-nos. Cá dentro é esta desgraça.
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Etiquetas: Ai Portugal
6 Comments:
O que foste arranjar, com essa de que na Marginal não há trânsito, nem portagem, mais a maresia e tal... depois não te queixes se amanhã chegares 2 horas atrasado ao trabalho! Olha que há muita gente a ler-te, homem, deixa-os a achar que a A5 é que é boa opção!
E um beijinho para ti e para ela, que foi. Que seja feliz.
-Se fosse apenas a A5! Toda a área metropolitana de Lisboa é um caos, por mais A's CRIL's e CREL's, enquanto não existir uma oferta de transporte público eficaz, nomeadamente ferroviário. Agora quem é que está disposto a entrar num compoio, e apnahar com aquela escumalha dos gang's?
azulinha
Tens toda a razão. Quem me mandou a mim falar..
:)
antónio de almeida
Atenção ao "escumalha". Os anti Sarkozi de serviço ainda lhe pegam na coisa :))
O comboio C.Sodré/Cascais, apesar de velho, é confortável, assegura ligações rápidas e é bem frequentado. Apesar de não ver polícia... e há comboios a toda a hora. Mas sei que noutras linhas não é assim.
Toda a razão, mas a mim aconteceu-me pior: livrei-me da A5 para cair na IC19, a pior ratoeira que já conheci. E assim continuo a escolher, sempre que posso, a marginal. Pelo menos vê-se e cheira-se o mar, em vez de subúrbios sinistros e escapes...
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