Ainda o Che
[2077]
A tragédia do comunismo está para durar. 40 anos depois da morte de um aventureiro bonito e carismático, responsável pelo trágico destino de povos inteiros que poderiam mais cedo ter encontrado o caminho da liberdade, ainda há gente que escreve (felizmente de 15 em 15 dias, apenas) crónicas como esta.
A gravidade não reside no facto de se escrever, cada um é livre de escrever o que lhe apetecer sobre o Che ou desenhar caricaturas de Maomé (no caso de Maomé, não é assim tão livre, mas enfim). O que é verdadeiramente preocupante é que acredito genuinamente que muita desta gente que escreve estas pérolas tem conhecimentos, cultura e acesso a mil documentos que poderiam e deveriam preservá-los de escrever estas barbaridades. Ao menos em respeito pelos muitos milhares de pessoas que pereceram perante a trágica utopia do comunismo e pelo oportunismo dos que o instrumentalizaram a seu favor.
Há ainda aqueles que não escrevem quinzenalmente. Fazem-no todos os dias e são mais inteligentes e argutos. Estes vão tergiversando (literalmente) o tema e acabam por concluir, imagine-se, que apesar de tudo, o Che valeu a pena para ajudar a varrer as ditaduras militares da América Latina. E acha que a euforia que por aí vai com a elegia do Che se deve a um ressabiamento próprio da direita pelo triunfo dos regimes de esquerda latino-americanos. Mal comparado, uma acção inversa da de Pinochet por ter varrido a ditadura de esquerda que se desenhava no Chile. Com muito menos mortos e desaparecidos, apesar de tudo. E só por absoluta falta de pudor se esquivam a comparar o destino de povos como o cubano, boliviano ou nicaraguense (do impagável e reciclado Daniel Ortega), com o do Chile.
A tragédia do comunismo está para durar. 40 anos depois da morte de um aventureiro bonito e carismático, responsável pelo trágico destino de povos inteiros que poderiam mais cedo ter encontrado o caminho da liberdade, ainda há gente que escreve (felizmente de 15 em 15 dias, apenas) crónicas como esta.
A gravidade não reside no facto de se escrever, cada um é livre de escrever o que lhe apetecer sobre o Che ou desenhar caricaturas de Maomé (no caso de Maomé, não é assim tão livre, mas enfim). O que é verdadeiramente preocupante é que acredito genuinamente que muita desta gente que escreve estas pérolas tem conhecimentos, cultura e acesso a mil documentos que poderiam e deveriam preservá-los de escrever estas barbaridades. Ao menos em respeito pelos muitos milhares de pessoas que pereceram perante a trágica utopia do comunismo e pelo oportunismo dos que o instrumentalizaram a seu favor.
Há ainda aqueles que não escrevem quinzenalmente. Fazem-no todos os dias e são mais inteligentes e argutos. Estes vão tergiversando (literalmente) o tema e acabam por concluir, imagine-se, que apesar de tudo, o Che valeu a pena para ajudar a varrer as ditaduras militares da América Latina. E acha que a euforia que por aí vai com a elegia do Che se deve a um ressabiamento próprio da direita pelo triunfo dos regimes de esquerda latino-americanos. Mal comparado, uma acção inversa da de Pinochet por ter varrido a ditadura de esquerda que se desenhava no Chile. Com muito menos mortos e desaparecidos, apesar de tudo. E só por absoluta falta de pudor se esquivam a comparar o destino de povos como o cubano, boliviano ou nicaraguense (do impagável e reciclado Daniel Ortega), com o do Chile.
Nota: Artigo do Primeiro de Janeiro, via Atlântico.
.
4 Comments:
Eu avisei: enquanto os posters forem vendendo...
azulinha
:)
Ditaduras militares foram coisas que não existiram (nem existem!) nos últimos 40 anos na América Latina:)
Abraço
bekx
:)
Um abraço e bom fim de semana
Enviar um comentário
<< Home