terça-feira, agosto 21, 2007

O bando dos três



[1962]

Basicamente, nota-se um evidente desconforto por parte do Bloco, relativamente ao assalto dos verdeufémios, ecoterroristas, imbecis, enfim. Três reacções moderadas, cautelosas e confortadas em caldos de galinha que só podem ajudar a não deteriorar demasiadamente a imagem. Mas isto não apaga o descaramento de todos e cada um deles. Daniel Oliveira, arrasta e afivela um certo ar didáctico e lá vai explicando que o assalto foi uma estupidez de adolescentes, toca no cravo, ajeita a ferradura e, tudo espremido, não fica nada. Mas a ideia é essa mesmo, que Daniel é uma pessoa inteligente e sabe o que e como se faz. Já Miguel Portas, enganou-se. Mudou de opinião, imagine-se. Que ele até fora avisado que este mundo da blogoesfera é muito traiçoeiro mas deixou-se arrastar pela emoção e errou. Mas compôs o ramalhete. Numa autocrítica já caída um pouco em desuso mas que ainda vai muito vem com os bons costumes da esquerda. Finalmente, Louçã. Ladino, transfere a questão que lhe é posta se o Bloco tem ou não a ver alguma coisa com o assalto ao milho para um plano inverso. Agora, Sócrates é que tem 24 horas para se retratar e provar que ele está ligado ao acto.

O descaramento destas três criaturas chega a ser obsceno. Se não chegassem mil exemplos diários que o Bloco dá sobre contra-poder, de qualquer forma e sobre qualquer coisa, ocorre-me as jornadas recentes sobre desobediência civil. A acção do Bloco junto da Universidade é, também, notada de forma muito sensível. E não só em faculdades de Ciências, como li por aí. Em Letras, também. Qualquer jornalista de investigação que passe um par de semanas na Universidade poderá facilmente aperceber-se disso. Se quiser, claro.

Vai pelo Bloco uma certa atrapalhação. Mas nada de grave, nada que uma qualquer acção de diversão a organizar por estes dias não dilua de vez.
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