Arquivo morto
[1837]
Maria José Nogueira Pinto, numa tirada extraordinária própria de quem descobriu a cana para o foguete, disse ontem que antes de se votar em A, B ou C, o importante era votar em Lisboa.
Sempre que, ingenuamente, crio alguma expectativa em relação a alguém que por este ou aquele motivo merece a minha atenção, simpatia e a minha confiança como cidadão eleitor, surge um pedaço de retórica a lembrar-me que, afinal, é tudo a mesma coisa. E este tudo aplica-se aqui, com toda a propriedade a Maria José Nogueira Pinto, mulher em que eu teria votado nas últimas eleições, se votasse em Lisboa.
Afinal, Maria José Nogueira Pinto descobriu que temos é de votar em Lisboa, mesmo que A, B ou C não nos inspire confiança ou seja parte integrante de uma máquina que se afirmou (pelo menos para os mais esquecidos) um dos maiores logros da vida política portuguesa, o Partido Socialista.
É a recuperação da Baixa, diz-se baixinho. Eu não sei o que é. Sei que cada vez mais me sinto usado por um grupo de gente menor, sempre a mesma, que vai pondo e dispondo dos lugares públicos, sempre mais ou menos os mesmos, assim como quem joga aos "cinco cantinhos". Ou à "cadeira". E é vê-los de novo a jogar…
E lá terei de colocar Maria José Nogueira Pinto na minha prateleira de arquivo morto.
Maria José Nogueira Pinto, numa tirada extraordinária própria de quem descobriu a cana para o foguete, disse ontem que antes de se votar em A, B ou C, o importante era votar em Lisboa.
Sempre que, ingenuamente, crio alguma expectativa em relação a alguém que por este ou aquele motivo merece a minha atenção, simpatia e a minha confiança como cidadão eleitor, surge um pedaço de retórica a lembrar-me que, afinal, é tudo a mesma coisa. E este tudo aplica-se aqui, com toda a propriedade a Maria José Nogueira Pinto, mulher em que eu teria votado nas últimas eleições, se votasse em Lisboa.
Afinal, Maria José Nogueira Pinto descobriu que temos é de votar em Lisboa, mesmo que A, B ou C não nos inspire confiança ou seja parte integrante de uma máquina que se afirmou (pelo menos para os mais esquecidos) um dos maiores logros da vida política portuguesa, o Partido Socialista.
É a recuperação da Baixa, diz-se baixinho. Eu não sei o que é. Sei que cada vez mais me sinto usado por um grupo de gente menor, sempre a mesma, que vai pondo e dispondo dos lugares públicos, sempre mais ou menos os mesmos, assim como quem joga aos "cinco cantinhos". Ou à "cadeira". E é vê-los de novo a jogar…
E lá terei de colocar Maria José Nogueira Pinto na minha prateleira de arquivo morto.
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Etiquetas: eleições intercalares, jogar aos cinco cantinhos, política
4 Comments:
a cana para o foguete? Ah, poeta!
Caro Espumante,
O convite reiterado por António Costa, tal como os convites de outros candidatos, para que a Mª José Nogueira Pinto retomasse o projecto Baixa-Chiado (Iniciado, idealizado e consubstanciado unicamente pela então vereadora do CDS-PP) foi amplamente merecedor dos mais rasgados elogios pela anterior oposição e só não foi formalmente iniciado por peripécias indescritíveis levadas a cabo por elementos edis afectos às várias facções do PSD (essas, sim, grandes danças de salão ou, melhor, atreitas a bas-fonds).
De resto, Mª José Nogueira Pinto considera um convite profissional e nunca político, uma vez que lembra ser uma mulher de Direita.
Caro Espumante, sem querer fazer qq juizo de valor, creio-o adepto da meritocracia, ao invés da partidocracia, certo? E se mo permitir, vê-lo-ia, sem constrangimentos, a defender mais rapidamente um Ruben de Carvalho, caso fosse eleito presidente e - muito importante! -, caso fizesse um excelente trabalho em Lisboa do que um Negrão, ou Telmo, assim, sem mais, só por não serem de esquerda, verdade...? :)
Abraço
azulinha
Poeta, mas de foguetório
:)
JoãoG
Antes de mais, um grande abraço e os desejos de uma reactivação urgente e eficaz do GF. Porque faz falta :)
Agora vamos aos factos.
Eu tenho realmente um problema com o Partido Socialista. Por muito que me esforce eu não sou capaz de levar aquela gente a sério. Pode parecer-lhe exagero, mas é verdade, não estou a fazer nenhum filme, não só tenho uma grande dificuldade em levar o PS a sério como não consigo dissociá-lo da ideia de logro, de fraude que deixei instalar-se dentro de mim. Quem me conhece sabe que sou um indefectível da meritocracia, mas sem qualquer dúvida. Acontece que neste caso, é diferente. Eu confesso realmente este conflito com tudo o que me cheire a PS num raio de 500 km com centro em Castelo Branco. Daí que nunca seria capaz de contemporizar com (estes) socialistas fosse em que circunstâncias fosse. Também concordo que estas eleições configuram um verdadeiro case study, por força da mediocridade dos candidatos. Portanto... eu não tenho sugestões. Refugio-me na negação. Talvez este fosse um caso claro em que votaria em branco, se votasse em Lisboa, tal a menoridade e clientelismo dos candidatos. Daí a minha reacção em relação a Maria José Nogueira Pinto, pessoa que muito aprecio e disso mesmo dei conta nas eleições anteriores.
Referi-me ao essencial, apenas... haveria aqui muito pano para mangas.
Fico satisfeito por verificar que afinal ainda segue este modesto Espumadamente e fico a torcer para que o GF se recomponha rapidamente
Um grande abraço
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