Pois!
[1836]
É o que dá pensar que um par de pernas até à upper part of the thigh, uma cara laroca e a ideia que os povos atrasados, com mulheres de varizes e buço, apreciarão sempre uma acção mimética e voluntariosa de querermos parecer aquilo que, frequentemente, nem sonhamos o que seja. Há exemplos vários, desde o chamado capacete colonial, um capacete de cortiça para absorver calores e suores e aumentar a respeitabilidade de boss, ao colete sem mangas e cheio de bolsos para levar coisa nenhuma ou, por vezes, um pequeno moleskine, uma esferográfica BIC e um maço de cigarros, que os jornalistas gostam de levar às reportagens de guerra.
Em casos extremos em que se tem de apelar ao politicamente correcto, faz-se como Cameron Diaz fez na sua última viagem ao Peru. Saltou da sua mansão de Beverley Hills, soltou os cabelos louros, deu as ultimas recomendações à maid mexicana, vestiu uma roupa tranguelemanga e ala que lá vai ela, solidária, loura e não segura para Machi Pichu. Para aprimorar a cena, achou que um saco com uns caracteres chineses ia bem com a fatiota e a ocasião. Se "aquilo" era Peru e terceiro mundo havia que dar aquele toque de "chique comunista" (expressão feliz do DN) e, para isso, nada melhor que o tal saco cheio de caracteres vermelhos e ininteligíveis, mas que certamente quereriam dizer qualquer coisa de muito correcto e que haveria de ajudar imenso o ânimo dos pobrezinhos do Peru.
Ninguém avisou a loira natural que o saco era uma réplica dos sacos dos Guardas Vermelhos durante a revolução cultural chinesa onde se podia ler as palavras de Mao Tse Tung “servir o povo”, sob uma grande estrela, também vermelha. E ninguém avisou a loira natural que a organização terrorista Sendero Luminoso era de inspiração maoista. Pior que isso, é uma organização geralmente odiada pela população, por força dos massacres e assassínios que vitimaram milhares de peruanos. Dai a um desconfortável incidente com as populações foi um passo.
Tudo explicadinho à loira natural e incidente sanado, ela terá substituido o saco por outro e pensado que nem sempre as coisas são como se comenta nos mentideros de Sunset Boulevard. E que o chique comunista às vezes só funciona mesmo no seio do glamour de uma distribuição de Óscares ou com uns quantos M. Moores alarves a debitar umas idiotices. No terreno, ao vivo e a cores, nem sempre é assim...
É o que dá pensar que um par de pernas até à upper part of the thigh, uma cara laroca e a ideia que os povos atrasados, com mulheres de varizes e buço, apreciarão sempre uma acção mimética e voluntariosa de querermos parecer aquilo que, frequentemente, nem sonhamos o que seja. Há exemplos vários, desde o chamado capacete colonial, um capacete de cortiça para absorver calores e suores e aumentar a respeitabilidade de boss, ao colete sem mangas e cheio de bolsos para levar coisa nenhuma ou, por vezes, um pequeno moleskine, uma esferográfica BIC e um maço de cigarros, que os jornalistas gostam de levar às reportagens de guerra.
Em casos extremos em que se tem de apelar ao politicamente correcto, faz-se como Cameron Diaz fez na sua última viagem ao Peru. Saltou da sua mansão de Beverley Hills, soltou os cabelos louros, deu as ultimas recomendações à maid mexicana, vestiu uma roupa tranguelemanga e ala que lá vai ela, solidária, loura e não segura para Machi Pichu. Para aprimorar a cena, achou que um saco com uns caracteres chineses ia bem com a fatiota e a ocasião. Se "aquilo" era Peru e terceiro mundo havia que dar aquele toque de "chique comunista" (expressão feliz do DN) e, para isso, nada melhor que o tal saco cheio de caracteres vermelhos e ininteligíveis, mas que certamente quereriam dizer qualquer coisa de muito correcto e que haveria de ajudar imenso o ânimo dos pobrezinhos do Peru.
Ninguém avisou a loira natural que o saco era uma réplica dos sacos dos Guardas Vermelhos durante a revolução cultural chinesa onde se podia ler as palavras de Mao Tse Tung “servir o povo”, sob uma grande estrela, também vermelha. E ninguém avisou a loira natural que a organização terrorista Sendero Luminoso era de inspiração maoista. Pior que isso, é uma organização geralmente odiada pela população, por força dos massacres e assassínios que vitimaram milhares de peruanos. Dai a um desconfortável incidente com as populações foi um passo.
Tudo explicadinho à loira natural e incidente sanado, ela terá substituido o saco por outro e pensado que nem sempre as coisas são como se comenta nos mentideros de Sunset Boulevard. E que o chique comunista às vezes só funciona mesmo no seio do glamour de uma distribuição de Óscares ou com uns quantos M. Moores alarves a debitar umas idiotices. No terreno, ao vivo e a cores, nem sempre é assim...
Via DN.
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Etiquetas: chique comunista, politicamente correcto
6 Comments:
Fantástica história!
Não tinha lido em lado nenhum.
Beijola.
Posso ser politicamente incorrecta? Perdoa a rapariga, é loura, tadinha...
Carlota
História verdadeira, acredita :)))
beijola
P.S. Adorei a tua justificação de que tens uma máquina de cortar fiambre para cortar o pão às fatias. Não lembrava ao careca...
:)))))))))))))
azulinha
Loira natural, minha amiga, natural. Deve-se fartar de perder o telemóvel...
:))))))))))))))
Excelente post!!
sinapse
Beijinho e obrigado
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