A qualidade (desejada) dos jornais
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José Medeiros Ferreira diz que não fica bem com a sua consciência se não afirmar que o DN, dirigido por António José Teixeira, é um jornal sério e de muita qualidade.
Opiniões. Por mim, não fico bem nem mal com a minha consciência se calar a opinião de que o DN é um exemplo vivo do mau resultado de se criar um núcleo duro de iluminados que pegam num jornal e não olham a meios para educar Portugal. E, já agora, para agradar ao Partido do Governo. Só que, no caso vertente, agradavam tanto que o próprio PS já devia sentir-se incomodado. A omnipresença daquela equipa (e não me refiro só à direcção) e a sua forma peculiar de nos pôr a soro, instilando-nos gradualmente doses de moralismo e um modernismo idiota estava a tornar-se opressiva. Aquela rapaziada (muitos deles com blogues avulso que acabavam por complementar a acção do jornal) estava nas sete quintas.
Daí não viria muito mal ao mundo se isso não se reflectisse, naturalmente, na queda vertiginosa das tiragens. E como ainda não se descobriu forma mais eficiente que o lucro para a manutenção e desenvolvimento de uma empresa, seja ela qual for, alguma coisa tinha de ser mudada.
Como nota final, a mim não me surpreende muito o exemplo do Diário de Notícias. É tudo rapaziada (e perdoe-se-me a repetição do termo) voluntariosa que acha que tem de mudar o mundo e formatá-lo à sua imagem e semelhança, mas que não tem qualquer noção de gestão empresarial. E, pior. Acha que a missão a que se propuseram é tão nobre que o dinheiro há-de aparecer de qualquer lado. Uma velha máxima do socialismo, afinal. Pois, não vem. O jornal tem que se vender por si e não por aquilo que um grupo de iluminados acha que deve impor ao “povo” como valores de uma nova sociedade. Ao mesmo tempo que vão desfilando a sua insuportável pretensa superioridade intelectual.
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Etiquetas: comunicação social, nas causas nobres o dinheiro há-de vir de qualquer lado, política
2 Comments:
Concordo consigo. Mesmo assim, creio que o fim de um jornal não deve deixar ninguém satisfeito. Passada esta fase, o importante é mudar tudo. De alto a baixo. Porque, como está, não funcionou. As pessoas que lá estavam, e não me refiro apenas à direcção, mostraram que não servem para vender jornais. Portanto, ponham lá outros. De fora ou de dentro, mas outros.
anónimo
Eu não disse que ficava satisfeito pelo fim de jornais. Aliás, o DN não acabou...
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