quarta-feira, fevereiro 14, 2007

Respected cronists



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Há poucas décadas atrás, usava-se o fado e a mulher de bigode, vestida de preto a assar sardinhas, para anunciar ao mundo o Portugal orgulhosamente só e cheio de sol para oferecer aos turistas. Era frequente encontrar nas montras de várias agências de viagens por essa Europa fora a imagem da tal velhinha de bigode a assar sardinhas ou do velhinho desdentado e unhas pretas a segurar uma enxada.

Esta forma absurda de promover Portugal, por via de inconfessáveis desígnios dos mentores e simpatizantes do regime, continua a servir como uma luva aos novos aríetes do sistema,
respected cronists do reino, para a mais descarada forma de propaganda. Descuidada e desvairada. Lixo, afinal.

Desgraçadamente, o fado continua a servir de bengala àqueles a quem lhes falece a capacidade intrínseca de justificar opções de vida ou ideologias políticas.

Não fora o fado e a vida desta gente seria, ela própria, um fado. Da desgraçadinha. Assim, de bengala, sempre dá para fado corrido. O que não é mau para os tempos que correm.


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