Morreu um poeta...
[420] -
Respiro o teu corpo:
sabe a lua-de-água
ao amanhecer,
sabe a cal molhada,
sabe a luz mordida,
sabe a brisa nua,
ao sangue dos rios,
sabe a rosa louca,
ao cair da noite
sabe a pedra amarga,
sabe à minha boca.
(Respiro o Teu Corpo - Eugénio de Andrade - 2001)
3 Comments:
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Mas fica a sua poesia!
(Desculpa, mas apaguei o outro comment, pois faltava uma palavra, que faz alguma diferença!)
Madalena
Poucos poetas como este me instilavam o prazer de ler coisas simples, «limpas», sem arrebiques e, todavia, possibilitavam as mais intrincadas reflexões... é o tal génio.
Beijinho
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