Chapeau
[445] - São posts destes que enriquecem a blogosfera. E como a excelência dispensa o acessório, a seguir transcrevo:
HETEROFOBIAS
Não há dúvida que os vários lóbis homossexuais (de vária índole e através do mundo) conseguiram moldar, frequentemente, a linguagem de modo a que esta reflectisse as suas visões do mundo.
Só para esclarecer, nesta minha menção a "visões de mundo", não estou a falar neste caso concreto da chamada - erradamente - hipótese Sapir-Whorf (dessa falarei noutra altura e provavelmente no meu blog Humanae Litterae). Estou a falar da tentativa de controlar o pensamento através do controlo da linguagem que, aliás, é o fim último do totalitarismo que está presente no politicamente correcto.
Se há uma prova do que afirmo no primeiro parágrafo, veja-se o caso das palavras "homofobia" e "heterofobia" num dicionário português de referência como, por exemplo, o Hoauiss.
No primeiro caso, há as entradas "homofobia", "homofóbico, "homófobo". "Homofobia" é definida como "rejeição ou aversão a homossexual ou a homossexualidade".
Mas neste mesmo dicionário a palavra "heterofobia" (ou qualquer um dos seus derivados) nem sequer aparece. Se nem sequer no sentido etimológico do termo que seria qualquer coisa como "medo ou aversão irracional aquilo que é diferente" ou, num sentido mais estrito "medo ou aversão irracional ao sexo oposto", quanto mais no sentido de "rejeição ou aversão aos heterossexuais ou à heterossexualidade", que faria desta palavra o antónimo de "homofobia".
Só que a heterofobia como antónimo de homofobia existe mesmo, como se pode comprovar por esta acórdão do Cour d'Appel de Paris (tribunal com funções mais ou menos equivalentes a Tribunal da Relação) em que o Centre Gai et Lésbien de Paris é condenado, em recurso, não só por despedimento ilegal, mas ainda por assédio e tudo porque o empregado despedido era heterossexual.
Aliás, nos seus considerandos, o tribunal menciona mesmo um "tract diffamant, hétérophobe, sur lequel figurait également le salaire de la personne visée" (o empregado que foi despedido). Aconselho aliás a leitura do acórdão pois é bastante esclarecedora.
Tal como com o conceito de "racismo", em que há muita gente com dificuldade em entender que o racismo é de todas as cores e não exclusivamente branco (e quando reconhecem que há outros tipos de racismo arranjam logo uma explicação desculpabilizadora), a aversão ou a rejeição dos outros devido à sua orientação sexual também é uma estrada com dois sentidos.
Talvez seja altura de fazer uma correçãozinha nos dicionários.
Post scriptum. Aliás os meus Webster's e Petit Robert sofrem do mesmo problema.
HETEROFOBIAS
Não há dúvida que os vários lóbis homossexuais (de vária índole e através do mundo) conseguiram moldar, frequentemente, a linguagem de modo a que esta reflectisse as suas visões do mundo.
Só para esclarecer, nesta minha menção a "visões de mundo", não estou a falar neste caso concreto da chamada - erradamente - hipótese Sapir-Whorf (dessa falarei noutra altura e provavelmente no meu blog Humanae Litterae). Estou a falar da tentativa de controlar o pensamento através do controlo da linguagem que, aliás, é o fim último do totalitarismo que está presente no politicamente correcto.
Se há uma prova do que afirmo no primeiro parágrafo, veja-se o caso das palavras "homofobia" e "heterofobia" num dicionário português de referência como, por exemplo, o Hoauiss.
No primeiro caso, há as entradas "homofobia", "homofóbico, "homófobo". "Homofobia" é definida como "rejeição ou aversão a homossexual ou a homossexualidade".
Mas neste mesmo dicionário a palavra "heterofobia" (ou qualquer um dos seus derivados) nem sequer aparece. Se nem sequer no sentido etimológico do termo que seria qualquer coisa como "medo ou aversão irracional aquilo que é diferente" ou, num sentido mais estrito "medo ou aversão irracional ao sexo oposto", quanto mais no sentido de "rejeição ou aversão aos heterossexuais ou à heterossexualidade", que faria desta palavra o antónimo de "homofobia".
Só que a heterofobia como antónimo de homofobia existe mesmo, como se pode comprovar por esta acórdão do Cour d'Appel de Paris (tribunal com funções mais ou menos equivalentes a Tribunal da Relação) em que o Centre Gai et Lésbien de Paris é condenado, em recurso, não só por despedimento ilegal, mas ainda por assédio e tudo porque o empregado despedido era heterossexual.
Aliás, nos seus considerandos, o tribunal menciona mesmo um "tract diffamant, hétérophobe, sur lequel figurait également le salaire de la personne visée" (o empregado que foi despedido). Aconselho aliás a leitura do acórdão pois é bastante esclarecedora.
Tal como com o conceito de "racismo", em que há muita gente com dificuldade em entender que o racismo é de todas as cores e não exclusivamente branco (e quando reconhecem que há outros tipos de racismo arranjam logo uma explicação desculpabilizadora), a aversão ou a rejeição dos outros devido à sua orientação sexual também é uma estrada com dois sentidos.
Talvez seja altura de fazer uma correçãozinha nos dicionários.
Post scriptum. Aliás os meus Webster's e Petit Robert sofrem do mesmo problema.
2 Comments:
Olha, tu é um verdadeiro poneta! Desculpo, mas é verdade! Obrigada.
malapata
Não sei se estou a ser insultado ou elogiado
Fico na dúvida, mas pode...
Vou continuar a seguir o malapata e pode ser que chegue a alguma conclusão ;)
Enviar um comentário
<< Home