domingo, novembro 28, 2004

Afinal havia outro...



Por uns tempos andei convencido que Sá Fernandes ( o do túnel) era Sá Fernandes (o da Casa Pia). Afinal não era, o homem hoje (o do túnel) é devidamente conhecido pelo seu zelo, consciência cívica e carácter impoluto que levaram os lisboetas a sete meses de caos citadino, prejuízos de monta e stresse renovado. Já aparece, até, em jornais e televisão.

É difícil falar nisto sem deixar a suspeita de que se gosta do actual governo. Eu não gosto, mas não me interessa que pensem que gosto. E gosto ainda menos de ver que vivo num país de merda, de gente de ar pimpão, mentalmente pelintra e perigosamente ressabiada que faz de tudo para dar nas vistas e lixar a vida aos seus concidadãos. É absolutamente insuportável que um cidadão (que eu passei a conhecer) consiga medidas cautelares através de duas instâncias de tribunal, até o Supremo Tribunal Administrativo achar que não senhor, que está tudo bem e que as decisões e medidas anteriores é que estavam erradas. Porque de duas uma: Ou a matéria anterior estava correcta e o STA está errado e vamos estar todos em perigo daqui por uns meses quando circularmos no túnel, ou o STA está certo e fomos vítimas de um cenário surrealista de vaidades, ódios e egos inflados. Quem souber que responda. Assim como me repugna ter assistido a sucessivas parangonas de jornais sobre a interrupção das obras e agora descortinar por aí pequenas “locais” a noticiarem o recomeço das mesmas.

Qualquer jurista recém-formado me explicaria, paternalmente, que a justiça é assim, que os juizes julgam em função de produção de prova e/ou convicção formada. Eu aceito a regra, sei que é o percurso e a forma de um Estado de direito, mas façam-me o favor de explicar que não estamos perante um evidente caso de julgamento em função de ópticas partidárias.