Deixende-os falar, que eles lixarão-se-ão
Começo a alinhar no coro dos que acham que este governo é incapaz e que Paulo Portas faz o que quer, o que lhe apetece e sobra-lhe tempo. À margem de questões maiores que geraram em mim a ideia de que o PS era um bando de demagogos, incompetentes e desonestos que conduziram este país alegremente e em diálogo para vergonhosos índices de desenvolvimento, havia as questões “menores”... as que me faziam pensar que o PS era maioritariamente composto por gente inculta. Comecei a reparar na coisa quando ouvi o Jorge Coelho afiançar que “ha-dem” ver que... qualquer coisa que já nem me lembro e que, noutro registo,... “fáçamos” o que temos que fazer. Se outras razões não houvesse, os pontapés na gramática por parte de gente com responsabilidades públicas consolidaram em mim a ideia de que o PSD dispunha de pessoas melhores. Assim mesmo – melhores. Ora, o que acontece agora é que o PSD está co-ligado e a ideia é que tudo o que acontece de mau é por causa do PP. Pode ser... mas eu acho que não. Pela liminar razão de que se eu estivesse no poder e fosse PSD não permitiria o verdadeiro circo que se observa com o tal barco do aborto (cujo enquadramento nem sequer discuto, apesar de ter a minha opinião sobre o assunto). Pois, porque carga de água andam 2 (dois) barcos de guerra a vigiar o tal barco? Se o barco Holandês transgredir, o que acontece? Os barcos de guerra abatem-no? (...tiro no barco do aborto ou, barco do aborto ao fundo, se a pontaria for mais certeira). Eu vejo, leio e não acredito. Mas esta gente perdeu a cabeça? E o dinheiro? Quanto custa esta cena de ter barcos de guerra a patrulhar um barco cujo material mais perigoso parece ser seringas e pílulas abortivas? Mas... há uma outra questão. Tem-se lido muito, ultimamente, sobre os tais assessores de imagem do Governo. Ora, com tantos assessores, como é possível que apareça um Secretário de Estado impreparado, titubeante, papagaio de lição estudada a justificar a acção do governo e, ainda por cima, com erros de palmatória como “iria-se” gastar umas pílulas que não sei quê... ou “estaria-se”... qualquer coisa que nem me ocorre? Uma pessoa sem presença, tímido, que fala mal Português e a debitar argumentos idiotas.Donde eu penso (pensarei mal?) que os tais assessores de imagem estão especialmente treinados para escolher gravatas e cortes de cabelo... porque se assim não fosse, certamente que teria havido a preocupação de, pelo menos, mandar alguém que soubesse falar Português e tivesse uma dicção minimamente aceitável. E até o nó da gravata estava parolo, valha-me deus, o que me leva a pensar que os assessores de gravatas nem para as gravatas servem... É preciso que “tênhamos” fé no destino. E para que “consígamos” um dia destes ter um melhor governo, aguardemos serenamente. “Deixende-os falar, que eles lixarão-se-ão”.
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