Aí estão eles outra vez
É oficial. As grandes linhas programáticas de António Costa estão aí. Ainda diziam que o homem não falava, não dizia e, afinal, as ideias fervilhavam-lhe
no mento.
Para já, semana de 35 horas de trabalho. Há um socialista
maluco qualquer em Paris que quer voltar às 40 horas, mas ele não percebe nada
disto. 35 é que é e os franceses estão rendidos ao capital. Até porque, segundo um ilustre socialista, reduzindo as
horas de trabalho, reduz-se o consumo da luz, da água e, diria eu num arremedo
escatológico, o papel higiénico.
Outra ideia é a eutanásia. Há, até, por aí, um comovente
vídeo de uma mulher lindíssima, casada, jovem, que quer morrer dignamente, para
o que conta com o marido, homem moderno, progressista e de boas práticas, naquela pungente missão. Um assunto relho mas que agora vai bem com o actual mainstream.
A homofobia e a transfobia também lhe ocupam as sinapses e,
cereja on top, a segurança de uns malucos que foram atrás de um punhado de fanáticos
terroristas e assassinos que se entretêm a cortar umas cabeças lá pela Síria.
Mais do que a segurança dos que cá estão, os que levam uma vida normalzinha e que
acham que cortar cabeças é um mau aspecto.
Como se vê, ideias não faltam à criatura. Para já, 35 horas
semanais, eutanásia, homofobia e outras fobias correlativas e salvaguarda de um
grupo de jovens que chegaram à Síria e se lembraram que deixaram a luz da casa de banho acesa.
E, no que respeita às 35 horas, mesmo algumas vozes
recalcitrantes que ousam fazer um paralelo de igualdade com o sector privado
que, segundo quem sabe, trabalha mais que no sector público, são de imediato
caladas. Um «caluda» peremptório veio logo da Avoila que, entretanto, afirmou que há pelo menos um
milhão de empregados do sector privado (empregados, os do Estado são
trabalhadores) que faz 35 horas. Ela lá saberá onde foi buscar a estatística.
Estamos bem entregues. Ou vamos estar bem entregues. Ainda
por cima, Passos Coelho não liga às sábias opiniões de Bagão Félix e Ferreira
Leite, ouvi eu hoje Ferro Rodrigues afirmar, renascido e entusiasmado, ainda
que facilmente reconhecido na sua tacanhez de espírito e limitação de engenho
(ia a dizer alto, claro e bom som, mas tratando-se de Ferro Rodrigues… só mesmo
o «alto» é aplicável) na Assembleia. Está tudo doido!
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Etiquetas: aí estão eles outra vez, delícias do socialismo
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