Por um serviço melhor aos utentes e a compreensão e solidariedade do bom povo
O metro de Lisboa está, de novo, em greve. Nada de muito
novo e espanto-me com a bonomia das pessoas directamente atingidas pela falta de
um meio de transporte essencial para as suas vidas.
A greve é para protestar contra a privatização da empresa e contra
o mau serviço prestado aos utentes. Só a enunciação destes dois motivos me leva
à náusea. A privatização significaria, provavelmente, o despedimento de alguns
trabalhadores e certamente o estabelecimento de uma estratégia de exploração
que acabasse de vez com o mastodôntico prejuízo acumulado por uma empresa
especialista nos mais absurdos prémios e subsídios que tornam os trabalhadores
do metro uma das mais bem pagas classes de trabalhadores. Acontece que esses
subsídios absurdos são pagos por mim e por todos aqueles que pagam impostos. Quanto
ao mau serviço prestado aos utentes é uma falácia bem ao estilo da CGTP que
continua a manobrar os trabalhadores a seu bel-prazer e sempre por forma a
manter a coordenação total dos seus associados.
A comunicação social não está isenta deste escândalo. Nas reportagens,
surge um cortejo de opiniões de utentes que invariavelmente referem que
compreendem a luta dos trabalhadores do metro. De duas uma, ou as televisões
fazem uma cirúrgica selecção dos utentes a entrevistar ou então o povo está
definitivamente estupidificado. Por mim, inclino-me mais para a primeira
premissa mas da forma como as coisas estão, nunca se sabe.
É exasperante perceber que continuamos a ter de suportar (e
a pagar) os delírios de Arménios, Avoilas, Nogueiras e comandita. Não creio
haver paralelo nos restantes países da Europa. E quanto à comunicação social,
esperaria que tivesse a honestidade suficiente e desejável para «descobrir»
alguns utentes descontentes ou mesmo furiosos com esta contínua palhaçada das
greves dos transportes.
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Etiquetas: CGTP, comunicação social, parâmetros
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