terça-feira, outubro 21, 2014

Por um serviço melhor aos utentes e a compreensão e solidariedade do bom povo


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O metro de Lisboa está, de novo, em greve. Nada de muito novo e espanto-me com a bonomia das pessoas directamente atingidas pela falta de um meio de transporte essencial para as suas vidas.

A greve é para protestar contra a privatização da empresa e contra o mau serviço prestado aos utentes. Só a enunciação destes dois motivos me leva à náusea. A privatização significaria, provavelmente, o despedimento de alguns trabalhadores e certamente o estabelecimento de uma estratégia de exploração que acabasse de vez com o mastodôntico prejuízo acumulado por uma empresa especialista nos mais absurdos prémios e subsídios que tornam os trabalhadores do metro uma das mais bem pagas classes de trabalhadores. Acontece que esses subsídios absurdos são pagos por mim e por todos aqueles que pagam impostos. Quanto ao mau serviço prestado aos utentes é uma falácia bem ao estilo da CGTP que continua a manobrar os trabalhadores a seu bel-prazer e sempre por forma a manter a coordenação total dos seus associados.

A comunicação social não está isenta deste escândalo. Nas reportagens, surge um cortejo de opiniões de utentes que invariavelmente referem que compreendem a luta dos trabalhadores do metro. De duas uma, ou as televisões fazem uma cirúrgica selecção dos utentes a entrevistar ou então o povo está definitivamente estupidificado. Por mim, inclino-me mais para a primeira premissa mas da forma como as coisas estão, nunca se sabe.

É exasperante perceber que continuamos a ter de suportar (e a pagar) os delírios de Arménios, Avoilas, Nogueiras e comandita. Não creio haver paralelo nos restantes países da Europa. E quanto à comunicação social, esperaria que tivesse a honestidade suficiente e desejável para «descobrir» alguns utentes descontentes ou mesmo furiosos com esta contínua palhaçada das greves dos transportes.

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