segunda-feira, outubro 28, 2013

Leitura aconselhada

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Ó inclemência! Ó martírio!
Não é preciso ler (salvo seja) o livro sobre tortura assinado por José Sócrates. Basta ter lido as notícias sobre a respectiva cerimónia de lançamento. Imagine-se uma mesa preenchida por Lula da Silva, o dr. Soares e o próprio engenheiro. Imagine-se uma sala atafulhada com o pior do PS e, de brinde, os drs. Noronha do Nascimento e Pinto Monteiro. Imagine-se o loquaz ex-presidente do Brasil, que misteriosamente não está na cadeia, a falar durante meia hora. Imagine-se que o tom geral da coisa consiste em tecer louvores ao engenheiro e criar a proverbial "vaga de fundo" para que este regresse à política - Deus tenha piedade de nós - activa. Imagine-se o descaramento, a confiança na amnésia alheia, a brutal arrogância do exercício. Muito mais do que a teoria, a prática esclarece: tortura é isto

Só à bomba
Inés del Río é uma psicopata, perdão, uma terrorista da ETA, perdão, uma activista da independência basca condenada em 1987 a 3838 anos de prisão por 24 homicídios. Há dias, a dona Inés foi libertada com base numa manigância jurídica e por decisão do Tribunal Europeu dos Direitos do Homem. De qual homem, especificamente? Decerto nenhum dos mortos pela dona Inés e pelos respectivos parceiros de paródia. Parceiros que, aliás, já reclamam tratamento idêntico e é provável que o venham a ter. Se a Justiça caseira é uma anedota, há outras ainda mais engraçadas.


Alberto Gonçalves, no DN de ontem

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