sexta-feira, julho 20, 2012

Rezar por D. Januário

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O «Quadratura do Círculo» parece apostado em alinhar na actual dinâmica de afastar gradualmente os telespectadores (os «espetadores» do AO) cansados da ambiguidade de uma estação televisiva tomada por séria e credível. Sucedem-se os casos de manipulação dos factos e, surpreendentemente, o QC não parece querer fazer a diferença.

Ontem, uma vez mais, vimos Lobo Xavier em palpos de aranha para se desenvencilhar do comentário rebuscado de Pacheco Pereira, afirmando que conhecia D, Januário desde pequenino, mas que reconhecia que as palavras do bispo teriam sido…«excessivas». Foi uma concessão de Pacheco Pereira que, de seguida e a talhe de foice, não resistiu a estabelecer comparações que meteram Otelo, a «transferência de recursos» corrente, o fosso cada vez maior entre ricos e pobres e outras considerações que eu não percebi bem se pretendiam desculpar as diatribes da militar eminência ou aproveitar a boleia para fazer uma crítica cerrada ao governo. Já António Costa não deslustrou do registo habitual. Rançoso, como é seu timbre. E lá foi desculpando sua eminência reverendíssima. E não se coibiu mesmo de fazer um aproveitamento indecoroso do facto, por demais reconhecido, de um grupo de agitadores profissionais que vão aparecendo por tudo o que é sítio onde se desloque um ministro ou mesmo o Presidente da República, para fazer arruaça e, até, tentativas de agressão. São sempre os mesmos em Valença do Minho, em V. Real de Santo António, em Lisboa, no Porto, em Bragança, Castelo Branco ou Venda das Raparigas. Sabe-se, está documentado por fotos, que os manifestantes são sempre os mesmos e que se manifestam a propósito do que for preciso. Costa acha isto um sinal perigoso da fractura que se nota na sociedade portuguesa.

Perante «isto» Lobo Xavier disse, em forma de Amen, que ia rezar pelo bispo. Devia rezar por todos nós.
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