domingo, abril 29, 2012

Volto já


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É um «já» de três semanas, mas lá «traque» ser. Mas são três semanas com a estimável vantagem de me poupar à esquizofrenia nacional em uso corrente, sobretudo por via dos préstimos da SIC e da RTP que nos mostram, ao minuto, episódios e gente sem comida, sem roupa, sem emprego, sem dinheiro para o combustível, a entregarem vinte e cinco casas por dia aos banqueiros poderosos, televisões que produzem a maior algaraviada de que tenho memória, com comentaristas, comentadores, Ricardos Costas, paineleiros, politólogos, «plumas caprichosas» e Danieis de Oliveira, sociólogos, Barrosos, Ramalhos e Anas Gomes, psicólogos, Pedros Marques Lopes, economistas, Rubens de Carvalho e Pedros Adão e Silva, pensadores, palradores que debitam em regime de permanência chorrilhos insuportáveis onde a nota dominante é este governo que «austera» mas não desenvolve e que, absolutamente extraordinário, se mantêm firmes na defesa de uma figura inverosímil, mas que aconteceu mesmo, e que foi uma trágica personagem da nossa história contemporânea, como ainda ontem aconteceu via oratória do bastonário dos advogados num programa qualquer emitido a partir da Figueira da Foz, que por cada alarvidade solta recebia não menos alarves palmas de um auditório atento, risonho e feliz. Vai ser uma pausa também dos futebóis estranhos e que espelham este país pífio, chico esperto e mariola, como o jogo de ontem entre o Marítimo e o FêQuêPê, quando um «maritmista» resolveu fazer um «penalti» aos 15 minutos. Também serei poupado à tendência imbecilizante da programação recente dos TVC’s, coisa que a gente assina para se furtar à imbecilização institucional de todas as televisões de canal aberto. Talvez não escape a uma mirada furtiva ao FaceBook e blogues e aí poderei matar saudades da falange socrática que continua em grande estilo a tentar convencer toda a gente que o momento que atravessamos é por culpa do actual ministro das finanças. Ainda hoje, ou ontem, um conceituado blogger, com direito a lugar cativo na TVI e tudo fazia uma rábula qualquer comparando Vítor Gaspar a Américo Tomás e recebia dezenas de pressurosos «likes» pela façanha e pelo emérito post. Mas quem de nós não tem uma costelinha parafílica que nos leva a ler coisinhas destas depois de um dia de trabalho?

Pois… três semanas. Volto já.
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3 Comments:

At 5:30 da tarde, Anonymous Alexandra disse...

E quantos de nós precisamos de fazer interregnos e pelo menos durante um tempinho esquecermos que estamos enredados nesta teia? Esperando que os efeitos dessa ficção durem, depois, mais que três semanas.

 
At 7:13 da tarde, Blogger Nelson Reprezas disse...

Alexandra

Se e quando a ficcao e a realidade encontram um adequado ponto de fusao, os efeitos duram certamente mais que tres semanas :)))

 
At 3:39 da tarde, Anonymous trufas disse...

ótimo blog, parabéns...

 

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