Agora é que se lembram e mandam fazer levantamentos e tal...
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De cada vez que a esquerda internacional se manifesta, na linha habitual do arreganho e da truculência ressabiada, assistimos a uma série de orgasmos múltiplos da esquerda doméstica que se desmultiplica, entretanto, em citações e/ou comentários a propósito. É o nacional-parolismo a funcionar, aliado ao evidente distúrbio de que a nossa esquerda sofre por não haver umas traulitadas em Portugal, umas lojas incendiadas e uns cocktails molotov a enfeitar, e o nosso descontentamento se ir resumindo a uns grupelhos histéricos, entoando palavras de ordem como «a luta continua» ou, como ontem em Gouveia, rimas épicas e inspiradas como «o FMI não manda aqui».
Mikis Theodorakis mereceu hoje honras de jornal por ter proferido a cascata habitual de vacuidades e lugares comuns, a propósito da situação na Grécia. E o desejo de turbulência é tão grande que faz uma resenha dificilmente compreensível de acontecimentos, nos quais Theodorakis diz que a culpa é dos nazis, depois, os americanos é que comandaram tudo a partir de 1950 e mesmo os partidos gregos só podiam governar o país depois de serem abençoados pelos americanos (sempre eles…). E é assim que os gregos e não só a esquerda têm a obrigação de se levantar contra, tal como fizeram contra a ditadura dos nazis e dos coronéis. Mais abaixo já a culpa é dos socialistas do Pasok e da Nova Democracia por terem conduzido o país ao caos. Uma trapalhada. Uma barafunda.
É pena que gente iluminada como esta não tenha incitado os gregos ao levantamento quando o socialismo se instalou, distribuiu benesses à tripa forra, aldrabou as contas sem qualquer pudor e delapidou o erário público na utopia criminosa com que os socialistas continuam a manter a elegibilidade, com o estabelecimento do tal Estado Social alicerçado na velha ideia de que alguém há-de pagar. Nessa altura é que a esquerda iluminada deveria perceber o logro e alertar os povos. Só que provavelmente lhes soube bem e lhes calhou também uma fatia do bolo, especialmente se ligada à vaca sagrada da cultura. Não o fazer na altura e vir agora berrar contra os nazis, os americanos, os coronéis, os poderosos, os banqueiros, os mercados e o anticiclone a noroeste de um país qualquer é desonesto. Nada a que, afinal, não estejamos habituados. Menos a tal esquerda paroquiana, a nossa, que delira com estes delírios que vão tão bem com os tempos da crise «em uso na repartição» dos tempos que correm.
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De cada vez que a esquerda internacional se manifesta, na linha habitual do arreganho e da truculência ressabiada, assistimos a uma série de orgasmos múltiplos da esquerda doméstica que se desmultiplica, entretanto, em citações e/ou comentários a propósito. É o nacional-parolismo a funcionar, aliado ao evidente distúrbio de que a nossa esquerda sofre por não haver umas traulitadas em Portugal, umas lojas incendiadas e uns cocktails molotov a enfeitar, e o nosso descontentamento se ir resumindo a uns grupelhos histéricos, entoando palavras de ordem como «a luta continua» ou, como ontem em Gouveia, rimas épicas e inspiradas como «o FMI não manda aqui».
Mikis Theodorakis mereceu hoje honras de jornal por ter proferido a cascata habitual de vacuidades e lugares comuns, a propósito da situação na Grécia. E o desejo de turbulência é tão grande que faz uma resenha dificilmente compreensível de acontecimentos, nos quais Theodorakis diz que a culpa é dos nazis, depois, os americanos é que comandaram tudo a partir de 1950 e mesmo os partidos gregos só podiam governar o país depois de serem abençoados pelos americanos (sempre eles…). E é assim que os gregos e não só a esquerda têm a obrigação de se levantar contra, tal como fizeram contra a ditadura dos nazis e dos coronéis. Mais abaixo já a culpa é dos socialistas do Pasok e da Nova Democracia por terem conduzido o país ao caos. Uma trapalhada. Uma barafunda.
É pena que gente iluminada como esta não tenha incitado os gregos ao levantamento quando o socialismo se instalou, distribuiu benesses à tripa forra, aldrabou as contas sem qualquer pudor e delapidou o erário público na utopia criminosa com que os socialistas continuam a manter a elegibilidade, com o estabelecimento do tal Estado Social alicerçado na velha ideia de que alguém há-de pagar. Nessa altura é que a esquerda iluminada deveria perceber o logro e alertar os povos. Só que provavelmente lhes soube bem e lhes calhou também uma fatia do bolo, especialmente se ligada à vaca sagrada da cultura. Não o fazer na altura e vir agora berrar contra os nazis, os americanos, os coronéis, os poderosos, os banqueiros, os mercados e o anticiclone a noroeste de um país qualquer é desonesto. Nada a que, afinal, não estejamos habituados. Menos a tal esquerda paroquiana, a nossa, que delira com estes delírios que vão tão bem com os tempos da crise «em uso na repartição» dos tempos que correm.
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Etiquetas: esquerda assanhada, esquerda manhosa
1 Comments:
Juntá-los a todos num SPA cheio de espelhos e gravadores e deixá-los lá a divagar....
Esta ideia era só para os entretermos enquanto os outros tratavam de fazer os Países andarem para a frente!
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