terça-feira, março 02, 2010

Espelho meu, espelho meu…


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…há melhor entrevistador do que eu?

O que o espelho respondeu, não sei. O que sei é que ontem vi anunciado na SIC que Miguel Sousa Tavares (MST) iria entrevistar o polémico, por assim dizer, inspector Gonçalo Amaral (GA), a propósito do caso Maddy.

Interessado no assunto, fui ver a entrevista. Só que a dita não foi a GA mas, claramente, ao próprio MST. O entrevistador “perguntou-se”, “respondeu-se” e deliciou-se com o que dizia e, naturalmente, com o que ouvia. Para trás ficava um ex-inspector da Judiciária. Interrompido, vilipendiado, impedido de expor uma linha de raciocínio com mais de 50 caracteres e acusado de uma série de patifarias, pura incompetência e parcialidade. Só faltou mesmo ser acusado de sofrer de caspa crónica e odor corporal.

MST fez, entretanto, declarações assombrosas e reveladoras. A mais chocante das quais, porventura, quando ele se virava em “mode” orgástico para GA e o acusava de ter classificado os pais da infeliz criança como suspeitos, apesar do estado emocional em que se encontravam. GA tentava, debalde, explicar-lhe que isso era uma prática de investigação policial corrente, comum internacionalmente e que, à partida, há um ror de suspeitos, começando pelas pessoas mais chegadas e que a primeira coisa que se lhes pede é um álibi, a fim de que se possa ir “eliminando” suspeitos e reduzindo o leque à medida que os álibis ou outros elementos de prova vão sendo desfiados. Mas Tavares não deixava. Interrompia e vociferava “você desde o início classificava os pais como suspeitos”. Levantando o sobrolho e faiscando de gozo pela cana que ia inventando para o seu foguete.

Uma deplorável entrevista, digo eu. E reveladora de como a TV se vai mantendo um recinto de eleição para as feiras de vaidades. Afinal era tão fácil deixar falar Amaral e ouvir a versão dele… supondo-se mesmo que esse era o objectivo principal da entrevista. Quanto a MST, há por aí excelentes séries policiais norte americanas. A Law&Order, por exemplo explicar-lhe ia que os familiares são SEMPRE os primeiros e principais suspeitos de assassinatos ou raptos. Mas ele não deve ver televisão. Muito menos séries americanas. No fundo ele achará que são um pouco como os blogues – lixo. E em matéria de lixo ele não precisa de lições. Viu-se bem na entrevista de ontem.

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7 Comments:

At 7:37 da tarde, Anonymous Joe Bernard disse...

Um verdadeiro asno, este Miguel...
Subiu-lhe a fama à cabeça e agora é de um narcisismo insuportável.
O Inspector foi um grande senhor, senão tinha-se levantado e mandado esse MST bardamerda.
Não o fez mas eu fi-lo em casa, mais uns milhares de telespectadores.

 
At 8:21 da tarde, Blogger estouparaaquivirada disse...

Não vi!
Pela tua descrição ia-me irritar e de que maneira!

Das discussões com a Manuela até aos Contentores (prós e contras) sempre passa a imagem de arrogância.

Resta-nos a certeza de que "cá se fazem, cá se pagam" , ditado que (curiosamente) nesta caso se aplica aos dois :):):)

 
At 12:28 da manhã, Blogger Nelson Reprezas disse...

Este comentário foi removido pelo autor.

 
At 1:07 da manhã, Anonymous Anónimo disse...

A moeda tem sempre duas faces :
uma , com a delinquência investigatória ; noutra , a Anestesia Social com a consequente Obesidade Mental !!!

http://www.asmeninasquevieramdasestrelas.com/index.html/

 
At 12:48 da tarde, Blogger Nelson Reprezas disse...

Joe Bernard

Eu fiquei até ao fim, mas que me apteceu fazê-lo, apeteceu

 
At 12:49 da tarde, Blogger Nelson Reprezas disse...

Papoila

Ias irritar-te com certeza, papoila :)

 
At 12:51 da tarde, Blogger Nelson Reprezas disse...

Anónimo

Vou lá ver

 

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