O insustentável peso de ser
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Esta coisa das escutas obtidas à sorrelfa e expostas na net, sejam de Pinto de Costa a manipular o futebol da paróquia ou de uma aluna a agredir uma professora por causa de um telemóvel, meteu-me sempre uma grande confusão. Pois se o acto é ilícito e remete para um campo viscoso de ausência de ética, havendo mesmo quem afirme alto e bom sono que jamais as ouvirá, em nome da decência e da reserva de privacidade de cada um, a verdade é que elas existem e são sempre lidas ou ouvidas por uns quantos milhares de pessoas.
Dito isto, eu compreendo que:
- A quebra do segredo de justiça e a subtracção de meios que permitem a divulgação de escutas é um acto que configura crime e como tal deve ser tratado. Deverá ser investigado e deverá ser garantido um tratamento adequado para que as instituições da justiça não pareçam uma casa de alterne onde, a troco de favores, tudo se consegue;
- Que os visados usem o seu pleno e legítimo direito de apresentar queixa e, naturalmente, serem ressarcidos pelos prejuízos morais e materiais advindos de toda esta balbúrdia que caldeia as instituições de Estado, muito por culpa dos seus próprios agentes.
Já não compreendo nem aceito que:
Os visados, na circunstância actual o Sr. Jorge Nuno Pinto da Costa, actor principal da peça de coscuvilhice em curso, realize comícios inflamados afirmando que as escutas são uma invenção de Lisboa, que o quer derrubar, afagado por estrepitosos aplausos dos grupos mastigantes habituais que lhe vão prestar vassalagem. É a «cacicagem» no seu melhor, é o nacional «carneirismo» em uso corrente e é esta intolerável mania de alguns que acham que lhes é fácil fazer dos outros lorpas.
Repito. No caso presente, em que toda a gente, ou quase, ouviu ou vai ouvir as escutas, tem de ouvir o Sr. Pinto da Costa afirmar em regime inflamado que é tudo invenção, repito, in-ven-ção e que os lisboetas acordam todos os dias a pensar: o que é vamos inventar hoje para lixar o Pinto da Costa?
Nota: Esta reflexão é aplicável a muitos e conceituados bloggers da nossa praça, a quem assiste todo o direito de questionar a licitude da publicação das escutas, mas que deviam, tal como Pinto da Costa, ter alguma reserva (e pudor) em fazer dos outros parvos.
Esta coisa das escutas obtidas à sorrelfa e expostas na net, sejam de Pinto de Costa a manipular o futebol da paróquia ou de uma aluna a agredir uma professora por causa de um telemóvel, meteu-me sempre uma grande confusão. Pois se o acto é ilícito e remete para um campo viscoso de ausência de ética, havendo mesmo quem afirme alto e bom sono que jamais as ouvirá, em nome da decência e da reserva de privacidade de cada um, a verdade é que elas existem e são sempre lidas ou ouvidas por uns quantos milhares de pessoas.
Dito isto, eu compreendo que:
- A quebra do segredo de justiça e a subtracção de meios que permitem a divulgação de escutas é um acto que configura crime e como tal deve ser tratado. Deverá ser investigado e deverá ser garantido um tratamento adequado para que as instituições da justiça não pareçam uma casa de alterne onde, a troco de favores, tudo se consegue;
- Que os visados usem o seu pleno e legítimo direito de apresentar queixa e, naturalmente, serem ressarcidos pelos prejuízos morais e materiais advindos de toda esta balbúrdia que caldeia as instituições de Estado, muito por culpa dos seus próprios agentes.
Já não compreendo nem aceito que:
Os visados, na circunstância actual o Sr. Jorge Nuno Pinto da Costa, actor principal da peça de coscuvilhice em curso, realize comícios inflamados afirmando que as escutas são uma invenção de Lisboa, que o quer derrubar, afagado por estrepitosos aplausos dos grupos mastigantes habituais que lhe vão prestar vassalagem. É a «cacicagem» no seu melhor, é o nacional «carneirismo» em uso corrente e é esta intolerável mania de alguns que acham que lhes é fácil fazer dos outros lorpas.
Repito. No caso presente, em que toda a gente, ou quase, ouviu ou vai ouvir as escutas, tem de ouvir o Sr. Pinto da Costa afirmar em regime inflamado que é tudo invenção, repito, in-ven-ção e que os lisboetas acordam todos os dias a pensar: o que é vamos inventar hoje para lixar o Pinto da Costa?
Nota: Esta reflexão é aplicável a muitos e conceituados bloggers da nossa praça, a quem assiste todo o direito de questionar a licitude da publicação das escutas, mas que deviam, tal como Pinto da Costa, ter alguma reserva (e pudor) em fazer dos outros parvos.
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Etiquetas: escutas, Pinto da Costa
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