Solstício de Inverno
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Os dias começam hoje a crescer. Todos os anos é assim e este não teria de ser diferente. Homem de frios, neblinas, aquecimento do carro ligado e noites precoces, todos os anos reparo na data a partir da qual os dias passarão a ser maiores. Uma mania como outra qualquer, nada de grave, uma mera disfunção social num país onde se venera o sol, o calor, o odor corporal no “metro” e os ambientes insuportáveis dos restaurantes que têm aparelhos de ar condicionado, mas nunca os ligam porque há sempre alguém que se queixa de estar a apanhar frio. E sabe-se com o frio provoca pontas de ar, reumáticos avulso e dores lombares. Para além de gripes letais, está bem de ver. A parte boa, porém, é que entrámos oficialmente no Natal. Na modorra dos dias em que pouco ou nada se rende e o tempo sobra para que nos encontremos um pouco mais connosco próprios e façamos o ponto de algumas coisas que ao longo do ano vão sendo engolidas na voragem dos dias. Gosto deste dias. Tempo de preguiça compulsiva e de vagares e lazeres. Tempo, ainda, para nos lembrarmos dos ausentes e de nos chegarmos mais aos presentes, antes que eles se ausentem também. É, estranhamente, o único tempo em que nos sentimos confortáveis com a tristeza. E, também, quando a alegria faz questão de se manifestar com moderação e serenidade.E é um tempo, sobretudo, de harmonia, sem que ela se vista de mera figura retórica. De amor. De família. Dos que a têm e mesmo daqueles que nem por isso. E um tempo em que invariavelmente me lembro dos presos, dos doentes e indigentes. Uma condição de vida tão velha como o mundo e que, provavelmente, nunca desaparecerá. Por todas as razões.
É a minha alusão habitual ao solstício de Inverno. Este post foi escrito exactamente há um ano. Continua actual até à vírgula, por isso o repito. Incluindo a foto. Só mudei o «ontem» para «hoje» porque no ano passado escrevi-o a 22.
Os dias começam hoje a crescer. Todos os anos é assim e este não teria de ser diferente. Homem de frios, neblinas, aquecimento do carro ligado e noites precoces, todos os anos reparo na data a partir da qual os dias passarão a ser maiores. Uma mania como outra qualquer, nada de grave, uma mera disfunção social num país onde se venera o sol, o calor, o odor corporal no “metro” e os ambientes insuportáveis dos restaurantes que têm aparelhos de ar condicionado, mas nunca os ligam porque há sempre alguém que se queixa de estar a apanhar frio. E sabe-se com o frio provoca pontas de ar, reumáticos avulso e dores lombares. Para além de gripes letais, está bem de ver. A parte boa, porém, é que entrámos oficialmente no Natal. Na modorra dos dias em que pouco ou nada se rende e o tempo sobra para que nos encontremos um pouco mais connosco próprios e façamos o ponto de algumas coisas que ao longo do ano vão sendo engolidas na voragem dos dias. Gosto deste dias. Tempo de preguiça compulsiva e de vagares e lazeres. Tempo, ainda, para nos lembrarmos dos ausentes e de nos chegarmos mais aos presentes, antes que eles se ausentem também. É, estranhamente, o único tempo em que nos sentimos confortáveis com a tristeza. E, também, quando a alegria faz questão de se manifestar com moderação e serenidade.E é um tempo, sobretudo, de harmonia, sem que ela se vista de mera figura retórica. De amor. De família. Dos que a têm e mesmo daqueles que nem por isso. E um tempo em que invariavelmente me lembro dos presos, dos doentes e indigentes. Uma condição de vida tão velha como o mundo e que, provavelmente, nunca desaparecerá. Por todas as razões.
É a minha alusão habitual ao solstício de Inverno. Este post foi escrito exactamente há um ano. Continua actual até à vírgula, por isso o repito. Incluindo a foto. Só mudei o «ontem» para «hoje» porque no ano passado escrevi-o a 22.
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Etiquetas: inverno
5 Comments:
Este comentário foi removido pelo autor.
A harmonia e o amor pelo outro, serão certamente o melhor presente para o aniversariante do dia 24. Mas que post mais delicado!! Há-de haver quem não vai gostar.:)))
Que boa lembrança! Adoro os dias a crescer....
Este ano estou a ver o meu Natal um pouco diferente, se a constipação não me passar, lá terei que ficar de quarentena...para não pegar a ninguém!
Vou ter muito tempo para pensar....
xx
Dulce Braga
O "mistério" está esclarecido. Depois explico :)))))))
papoila
Não penses muito, Papoila. Consomes energia, calorias, gastas os neurónios e, frequentemete, não se chega a conclusão nenhuma :))) E tu pareces ser magrinha, tens de manter as reservas :)
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