Olho vivo ou D. Alfredina?
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José António Saraiva conta aqui, na Tabu do Sol, páginas 78 a 80, uma história que seria inverosímil em qualquer país civilizado. Mas, ao contrário da opinião expressa em alguns blogues, eu não acredito, sinceramente, que a história envolva qualquer plano inteligentemente urdido para interrogar o director do Sol. Estão lá todos os ingredientes para enquadrar o episódio, desde a localização da Repartição, à dificuldade em identificar o endereço, passando pela forma como JAS é recebido e desce umas escada para uma cave, não sem antes lhe recomendarem para ter cuidado com os degraus.
Eu ainda me recordo quando cheguei a Portugal há cerca de 13 anos atrás, como me impressionava sempre que tinha de me deslocar a algumas instituições e era recebido como se fosse à vizinha pedir uma ramo de salsa. Lembro-me mesmo de uma empresa privada, com alguma relevância no panorama nacional e que ocupava um quinto andar de um prédio numa zona nobre da cidade. E eu chegava, tocava a campainha cá em baixo e ouvia, através do intercomunicador, uma voz com o timbre da tal vizinha a quem se pede um raminho de salsa: “Quem é?” Até essa altura eu estava habituado a ser recebido de forma convencional, com um correcto e profissional “empresa tal, em que posso ajudar?” Voltando ao "diálogo de vizinhas", eu lá dizia quem era e após um período de silêncio, acabava por ouvir o clic da abertura da porta. Um dia, quando eu pensava que tinha já uma certa familiaridade com a recepcionista, respondi que era a D. Alfredina e que precisava de uma chávena de farinha para panar uns filetes. Ela não gostou e, mais grave, acho que não percebeu, sequer, a “graça”.
Esta história do Sol, na minha opinião, não anda muito longe do “quem é?” da recepcionista da tal empresa do 5º andar. Não creio que haja nada para além desta nossa forma pífia, pirosa, de lidar com assuntos sérios, com uma aflitiva ausência de sentido profissional. Basta olhar para a foto do local.
Mas admito que esteja enganado e que isto seja uma historieta de “olho vivo”, mesmo assim à moda da D. Alfredina.
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José António Saraiva conta aqui, na Tabu do Sol, páginas 78 a 80, uma história que seria inverosímil em qualquer país civilizado. Mas, ao contrário da opinião expressa em alguns blogues, eu não acredito, sinceramente, que a história envolva qualquer plano inteligentemente urdido para interrogar o director do Sol. Estão lá todos os ingredientes para enquadrar o episódio, desde a localização da Repartição, à dificuldade em identificar o endereço, passando pela forma como JAS é recebido e desce umas escada para uma cave, não sem antes lhe recomendarem para ter cuidado com os degraus.
Eu ainda me recordo quando cheguei a Portugal há cerca de 13 anos atrás, como me impressionava sempre que tinha de me deslocar a algumas instituições e era recebido como se fosse à vizinha pedir uma ramo de salsa. Lembro-me mesmo de uma empresa privada, com alguma relevância no panorama nacional e que ocupava um quinto andar de um prédio numa zona nobre da cidade. E eu chegava, tocava a campainha cá em baixo e ouvia, através do intercomunicador, uma voz com o timbre da tal vizinha a quem se pede um raminho de salsa: “Quem é?” Até essa altura eu estava habituado a ser recebido de forma convencional, com um correcto e profissional “empresa tal, em que posso ajudar?” Voltando ao "diálogo de vizinhas", eu lá dizia quem era e após um período de silêncio, acabava por ouvir o clic da abertura da porta. Um dia, quando eu pensava que tinha já uma certa familiaridade com a recepcionista, respondi que era a D. Alfredina e que precisava de uma chávena de farinha para panar uns filetes. Ela não gostou e, mais grave, acho que não percebeu, sequer, a “graça”.
Esta história do Sol, na minha opinião, não anda muito longe do “quem é?” da recepcionista da tal empresa do 5º andar. Não creio que haja nada para além desta nossa forma pífia, pirosa, de lidar com assuntos sérios, com uma aflitiva ausência de sentido profissional. Basta olhar para a foto do local.
Mas admito que esteja enganado e que isto seja uma historieta de “olho vivo”, mesmo assim à moda da D. Alfredina.
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Etiquetas: Ai Portugal
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