O acordo ortográfico
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No carro, a caminho do escritório, ouvi Malaca Casteleiro e, a seguir, ouvi Graça Moura. A razoabilidade argumentativa entre um e outro é abissal e não vale a pena entrar muito por aí. Virá sempre ao de cima o cliché de que a direita se opõe à revisão ortográfica e a esquerda, em obediência ao seu (dela) nobre desígnio de achar que deve mudar o mundo, pela simples razão de que será a única forma de apresentar obra feita, é a favor.
Mesmo assim, ocorre-me que o meu estimado professor de português me ensinava que as vogais mudas como o “c” ou o “p”, para além de relevarem do étimo original serviam para abrir vogais fechadas. “Acção” teria de ter o “c” antes do “cê cedilhado” para abrir o “a”, sem o qual o “a” se leria “â”, como em “amor” ou em “anel”. Tal como “excepção” ou “director”. Como os brasileiros abriram as vogais todas, a razão das vogais mudas deixa, realmente, de existir. E acho bem, não tenho nada com isso. Tal como os ingleses não cuidam se os americanos tiraram o “u” ao “favour” e ao “colour” e se entendem, descomplexadamente, muito bem. Eu não ouvi o resto do forum, pelo que não sei se este exemplo foi trazido a colação, mas não posso deixar de o registar, por me parecer óbvio.
Somos, basicamente, complicados e complexados. E, frequentemente, ridículos. Veja-se que imediatamente a seguir a Casteleiro e Graça Moura, o primeiro ouvinte disse (vou tentar ser rigoroso): Bom dia dr. Manuel Acácio, sou um professor do Norte e tenho ubrigatoriamente de interbir neste programa. Porque sou professor de português e formado em grego e latim. (pausa) Dr Manuel Acácio... olhe, estou a ter feed back...
Cai o pano!
No carro, a caminho do escritório, ouvi Malaca Casteleiro e, a seguir, ouvi Graça Moura. A razoabilidade argumentativa entre um e outro é abissal e não vale a pena entrar muito por aí. Virá sempre ao de cima o cliché de que a direita se opõe à revisão ortográfica e a esquerda, em obediência ao seu (dela) nobre desígnio de achar que deve mudar o mundo, pela simples razão de que será a única forma de apresentar obra feita, é a favor.
Mesmo assim, ocorre-me que o meu estimado professor de português me ensinava que as vogais mudas como o “c” ou o “p”, para além de relevarem do étimo original serviam para abrir vogais fechadas. “Acção” teria de ter o “c” antes do “cê cedilhado” para abrir o “a”, sem o qual o “a” se leria “â”, como em “amor” ou em “anel”. Tal como “excepção” ou “director”. Como os brasileiros abriram as vogais todas, a razão das vogais mudas deixa, realmente, de existir. E acho bem, não tenho nada com isso. Tal como os ingleses não cuidam se os americanos tiraram o “u” ao “favour” e ao “colour” e se entendem, descomplexadamente, muito bem. Eu não ouvi o resto do forum, pelo que não sei se este exemplo foi trazido a colação, mas não posso deixar de o registar, por me parecer óbvio.
Somos, basicamente, complicados e complexados. E, frequentemente, ridículos. Veja-se que imediatamente a seguir a Casteleiro e Graça Moura, o primeiro ouvinte disse (vou tentar ser rigoroso): Bom dia dr. Manuel Acácio, sou um professor do Norte e tenho ubrigatoriamente de interbir neste programa. Porque sou professor de português e formado em grego e latim. (pausa) Dr Manuel Acácio... olhe, estou a ter feed back...
Cai o pano!
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Etiquetas: acordo ortográfico, Forum TSF
6 Comments:
Não vou entrar nesta guerra, não vou mesmo.
Mas então, Espumante, dizes “colâção” ou “coláção”??
Beijinhos e boa semana de trabalho!
Laura Lara
Por mim, digo "colâção", mas admito estar errado. Na verdade oiço muitas vezes dizer "coláção", mas nestas coisas de fonética baralho-me sempre, porque aqui deparamos com os casos da "ecunumia", o "dezôito" e o "bintóito". Mas do ponto de vista, isso não altera o ponto de vista que referi. Aliás, tive o prazer de voltar a ouvir Vasco de Graça de Moura no noticiário da noite e ele referiu exactamente este ponto, o da abertura das vogais.
Beijinhos
Deve pronunciar-se 'côláção' e não colâção
Espumante
Antes de promoveres Malaca Casteleiro ao expoente máximo da esquerda em Portugal, podias tê-lo apresentado.
Um abraço
PS: tens estado atento às posições de Vasco da Graça Moura quanto ao diferendo ME-professores?
antónio chaves ferrão
Já estou imune à tua verrina. E procurei, procurei e não consegui encontrar onde é que "promovi" Malaca Casteleiro a expoente máximo da esquerda. Cá está outro atributo da sinistra. Efabular, distorcer e tentar confundir. Mas eu a ti perdôo-te, porque já estás velho para aprender línguas ! :).
Quanto àquilo que tu chamas de diferendo ME-professores, não tenho acompanhado particularmente Graça Moura. Mas do par de vezes que o li sobre o assunto concordei com ele. Como alías, de costume, noutras matérias. De resto, só me lembro de discordar de Graça Moura quando ele se mete a defender um PSD indefensável. Isto em tempos recentes.
E agora vou ali procurar outra vez onde é que terei promovido Casteleiro a expoente máximo da esquerda em Portugal.
Um abraço
anónimo
Obrigado pela opinião
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