quinta-feira, janeiro 24, 2008

Daqui a três anos é que é



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Se eu fosse o Marcelo Rebelo de Sousa, diria: - Não lembra ao careca. Embora muita gente que não é o Marcelo diga a mesma coisa, incluindo eu, mas pronto, dito pelo professor, esta coisa de lembrar ao careca tem mais impacto e mais patine.

Mas realmente não lembra ao careca. Ou lembra, que este governo não pára de me surpreender pela forma atrevida como me chama nomes todos os dias, todos eles a significarem o mesmo. Idiota, mais coisa menos coisa. Assim, com a mesma forma lampeira e estouvada com que Sócrates anunciou 150.000 postos de trabalho, o ministro Teixeira dos Santos acordou hoje a pensar que o melhor era dizer aos paroquianos que em três anos ele iria pôr o Estado a pagar os calotes em 40 dias. Reparem, não são 30, nem 45 nem sessenta, são quarenta, o que acrescenta uma inevitável credibilidade, dado o pormenor da coisa.

O Estado português é o campeão dos calotes, a média de pagamento é de 150 dias, contra sessenta dias dos restantes países da Europa, logo, portanto, por conseguinte se o Estado passar a pagar a 40, veste a camisola amarela. No Forum de hoje, o jornalista fez umas perguntas pertinentes ao ministro, tipo mas o sr. ministro sabe quanto é que neste momento se deve? O sr ministro não sabe. Pelo que presumo isso ser um pormenorzito que só pode ter importância para um jornalista ou outro que ache que as coisas deveriam sempre ter um fundamento qualquer.

Junto e somado, o ministro promete que daqui a três anos (não é agora, é daqui a três anos, mas há que dizê-lo já), o Estado vai passar a pagar a 40 dias. Oremus. E não nos riamos muito porque o sr. ministro também disse isto tudo sem se rir.
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4 Comments:

At 9:46 da tarde, Blogger António de Almeida disse...

-Claro que uma empresa, fornecedora do estado, incapaz de cumprir a tempo e horas com os seus colaboradores, poderá sempre dizer, que daqui a três anos, estará tudo em ordem.

 
At 11:02 da tarde, Blogger cadeiradopoder disse...

Que chatice, eu já me ri, mas foi para não chorar. E os fornecedores do Estado, que podem ir à falência por este não lhes pagar atempadamente, como é?

 
At 9:16 da manhã, Blogger Nelson Reprezas disse...

antónio de almeida
Nem mais. Para haver justiça seria assim...

 
At 9:17 da manhã, Blogger Nelson Reprezas disse...

cadeira do poder
Não só. E as coimas?

 

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