Obra de engenharia, com licença dos ecologistas

Nao fossem as marés vivas...


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Vamos lá ver se não me engano e se percebi bem percebido, que isto de se perceber o que se diz na televisão às vezes precisa de mestrado e doutoramento: “Então é assim”:

O esporão que se fez na Costa da Caparica foi ao ar e o mar avançou mais desasseis metros. O tempo tem estado bom mas as marés são vivas. Como me pareceu que as marés vivas apanharam o pessoal de surpresa, a avaliar pela cara do entrevistado, presumo que ninguém tinha uma tabela de marés, parece que o Sr. António tinha uma mas deixou em casa ao pé do aparador da sala e a mulher nao estava em casa e levou a chave, fizeram o esporão e depois logo se via. O esporão custou €600.000 e desapareceu em 48 horas, donde por conseguinte e derivado às marés vivas vamos ter de arranjar a Costa da Caparica naquela parte, passe a publicicidade, dos cafés. Nao me lembro do nome dos cafes, mas como me disseram para passar a publicidade, nao fixei. Mas agora, atenção (é aqui que o homem põe aquela cara de português que vai para o Guiness por ser capaz de fazer uma broa dum tamanho que mais ninguem consegue: Atenção que a obra, por muito que custe aos ecologistas tem de ser uma obra de engenharia. Repare-se, uma obra de engenharia, pelo que deduzo que a obra que lá fizeram antes deve ter sido um biscate que pediram a um senhor Antunes que tem um "catrapila" na Trafaria e foi lá reforçar umas dunas. Nao fosse as marés vivas e aquilo tinha durado pelo menos até ao Verão que vem, em vez de ter durado só duas semanas.

Fico muito mais descansado. Vamos ter uma obra de engenharia, por muito que custe aos ecologistas. E os cafés da zona, passe a publicidade, não vão ser sugados pelo oceano. Como a obra é de engenharia, os €600.000 nao devem chegar. Mas alguma coisa se há-de arranjar.

Isto parece caricaturizado, mas diabos me levem se a propósito do esporão da Caparica, o diálogo na entrevista não foi mais ou menos este. No tom e na substância.

Que Neptuno nos acuda...