Assim como assim, vou trabalhar...
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Há uma certa injustiça divina nesta determinação convencional de Agosto ser mês de férias em Portugal. Enquanto nove milhões de portugueses andam a chinelar pelas praias e a “bichar” pelo enchimento de um depósito de gasolina ou por uma refeição, a mim caiu-me o céu em cima pela intensidade coincidente de uns quantos assuntos de exterior. E por exterior entenda-se fora de portas portuguesas, onde alguns assuntos, daqueles com data, “dead line” e exigências múltiplas decidiram juntar-se assim género romaria portuguesa. Tudo ao mesmo tempo e a exigir que vamos a todas. E é por isso que mesmo sendo Agosto, sendo segunda-feira véspera de feriado, vou trabalhar.
A compensação é a atmosfera polar do meu gabinete e do carro, uma oferta obscena de lugares para o carro por toda a Lisboa e as salas de cinema vazias, assim bem ao jeito de podermos tirar os sapatos e, primitivamente, “prantar” os calcanhares nas costas do banco da frente sem que nos importunem por isso. Há poucas mulheres bonitas, é certo. As nossas, as genuínas (e por genuínas entenda-se as portuguesas, não tem nada a ver com registo de propriedade…), são as mais bonitas do mundo mas foram a banhos. Resta uma oftálmica distraída e displicente por alguns exemplares anglosaxónicos, vickings e umas quantas espanholas estridentes, todas elas a precisarem de depilação urgente e, muitas, mesmo de banho e lixa nos calcanhares, que circulam ali pela Estrela, elas de mapa na mãos, os maridos com máquinas fotográficas, eles calados e elas a resmungar que tinham razão que “ali” não era nada o Mosteiro dos Jerónimos, enfim quele diálogo de tipologia universal que alimenta o viço das mulheres e erode a paciência dos homens. A eterna questão do género.
Mas também, não se pode ter tudo, não é?
Há uma certa injustiça divina nesta determinação convencional de Agosto ser mês de férias em Portugal. Enquanto nove milhões de portugueses andam a chinelar pelas praias e a “bichar” pelo enchimento de um depósito de gasolina ou por uma refeição, a mim caiu-me o céu em cima pela intensidade coincidente de uns quantos assuntos de exterior. E por exterior entenda-se fora de portas portuguesas, onde alguns assuntos, daqueles com data, “dead line” e exigências múltiplas decidiram juntar-se assim género romaria portuguesa. Tudo ao mesmo tempo e a exigir que vamos a todas. E é por isso que mesmo sendo Agosto, sendo segunda-feira véspera de feriado, vou trabalhar.
A compensação é a atmosfera polar do meu gabinete e do carro, uma oferta obscena de lugares para o carro por toda a Lisboa e as salas de cinema vazias, assim bem ao jeito de podermos tirar os sapatos e, primitivamente, “prantar” os calcanhares nas costas do banco da frente sem que nos importunem por isso. Há poucas mulheres bonitas, é certo. As nossas, as genuínas (e por genuínas entenda-se as portuguesas, não tem nada a ver com registo de propriedade…), são as mais bonitas do mundo mas foram a banhos. Resta uma oftálmica distraída e displicente por alguns exemplares anglosaxónicos, vickings e umas quantas espanholas estridentes, todas elas a precisarem de depilação urgente e, muitas, mesmo de banho e lixa nos calcanhares, que circulam ali pela Estrela, elas de mapa na mãos, os maridos com máquinas fotográficas, eles calados e elas a resmungar que tinham razão que “ali” não era nada o Mosteiro dos Jerónimos, enfim quele diálogo de tipologia universal que alimenta o viço das mulheres e erode a paciência dos homens. A eterna questão do género.
Mas também, não se pode ter tudo, não é?
11 Comments:
Nas grandes cidades este é sem dúvida nenhuma o mês ideal para trabalhar! Beijinhos
O mês de Agosto também me pregou uma partida ... O ano passado foi calmo, deu para arrumar papelada de 5 anos ... Este ano, não sei que se passa, tenho trabalho!
Mas, pelo lado positivo, não há tanto trânsito ...
Beijinhos, trabalhadeiros,
Sinapse
E ser segunda de Agosto, quase ponte e teres que trabalhar não te tirou o bom homor, valha-nos isso! Beijinhos, bom trabalho.
Não peço desculpas pela ausência porque temo que o “menino” me responda que são desnecessárias:).
Partilho contigo a preocupação pelos calcanhares mal tratados que teimam em proliferar mas já falta pouco para o fim do martírio, não tarda os pezinhos estarão cobertos por botas de gosto duvidoso e tal como é (quase) evidente que não se pode ter tudo, também o que os olhos não vêem o coração não sente:)!
Beijinhos “lixados”, daqueles que ora são sedutores ou tremendamente…cáusticos!
eu estou na minha terra a dar muitos mergulhos no mar. :)
Vês? Só para não sentires falta, voltei a dar erros. Agora foi humor com "o". Às vezes até eu me surpreendo...
Lurdes
Concordo inteiramente, mas às vezes precisamos de tratar de assuntos com pessoas e está tudo de férias :))
Sinapse
Em África há um ditado que diz:
"Não precisa trabalhar muito, porque o trabalho não acaba. Amanhã há mais"
:))
Beijinhos preguicentos que estou em casa indeciso entre fazer nada e nada fazer :)
125
Pelos teus comentários eu suporto tudo. Estoicamente. Até humor com "o" (mas afinal é com "U"?
:)))
Beijinhos
alexiaa
As desculpas eram, na verdade, desnecessárias, mas tudo bem :)))
Quanto ao mais, emquanto vêm as botas e não vêm, não percebi aquela de que aquilo que os olhos não vêem... mas um dia explicas, tá?
Beijinhos e vou decidir, como disse à Sinapse, se vou fazer nada ou nada fazer :))
margarida V
Eu não sei onde é a tua terra, mas se dás mergulhos, ia jurar que há lá mar. No mínimo, uma piscina :))))
Desconfio, pelo blog, que é a Madeira, será? Mas eu até estava convencido que eras mexicana. Deve ter sido impressão minha :)
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