Malmequeres
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Minha querida amiga Laura Lara
Só tu para me fazeres escrever sobre malmequeres, com o veemente pedido/comentário no post anterior. É que nem sei bem o que dizer, falhado que sou nas coisas de jardinagem e mesmo nas ciências agrícolas, onde seria suposto saber um pouco mais por razões óbvias e inerentes (esta do óbvias e inerentes, aprendi com um profesor de Fitopatologia e que usava a expressão, sempre que não fazia a mínima ideia do que estava a dizer…).
Mas, no limite, malmequeres é um bocadinho como o chapéu do Vasco Santana – chapéus há muitos mas, de verdade, só há um, o do Vasco e mais nenhum. Com os malmequeres, passa-se a mesma coisa, malmequer só há um, o da desfolha do amor e mais nenhum. O problema é que vai-se a ver e é TUDO margaridas, uma planta da família das Asteraceae e com uma multidão de espécies e variedades de fazer inveja ao mercado do Bulhão em dia de lota de peixe. Desde os malmequeres às margaridas, passando pelas gerberas e crisântemos e até pela "Barberton Daisy" (uma variedade muito conhecida num país que conheço bem, África do Sul, e de que te deixo lá em cima uma foto, a florear o post) é tudo gente da mesma família, com algumas diferenças mas isso até nas famílias nobres se nota (as diferenças) quanto mais numa vulgar e plebeia margarida. O que não quer dizer que não haja poesia e beleza no malmequer (aparentemente o parente pobre das margaridas), ora repara neste poema do nosso Pessoa:
É boa! Se fossem malmequeres!
E é uma papoula
Sozinha, com esse ar de "queres"?
Veludo da natureza tola.
Coitada!
Por ela
Sai da marcha pela estrada
Não a ponho na lapela.
Oscila ao leve vento, muito
Encarnada a arroxear,
Deixei no chão o meu intuito.
Caminharei sem regressar.
Eu não sei mais o que te dizer sobre margaridas. Desculpa, querida amiga, que eu de margaridas pouco mais sei. Dizem que é flor da alegria e que pouco lhe ligamos. Mas tenho a certeza de que haverá muito mais a dizer, quanto mais não fosse pelo conhecido desfolhar da flor para saber se o nosso amor gosta ou não gosta de nós…
Ficaste na mesma, não é? Mas a intenção foi boa!
Minha querida amiga Laura Lara
Só tu para me fazeres escrever sobre malmequeres, com o veemente pedido/comentário no post anterior. É que nem sei bem o que dizer, falhado que sou nas coisas de jardinagem e mesmo nas ciências agrícolas, onde seria suposto saber um pouco mais por razões óbvias e inerentes (esta do óbvias e inerentes, aprendi com um profesor de Fitopatologia e que usava a expressão, sempre que não fazia a mínima ideia do que estava a dizer…).
Mas, no limite, malmequeres é um bocadinho como o chapéu do Vasco Santana – chapéus há muitos mas, de verdade, só há um, o do Vasco e mais nenhum. Com os malmequeres, passa-se a mesma coisa, malmequer só há um, o da desfolha do amor e mais nenhum. O problema é que vai-se a ver e é TUDO margaridas, uma planta da família das Asteraceae e com uma multidão de espécies e variedades de fazer inveja ao mercado do Bulhão em dia de lota de peixe. Desde os malmequeres às margaridas, passando pelas gerberas e crisântemos e até pela "Barberton Daisy" (uma variedade muito conhecida num país que conheço bem, África do Sul, e de que te deixo lá em cima uma foto, a florear o post) é tudo gente da mesma família, com algumas diferenças mas isso até nas famílias nobres se nota (as diferenças) quanto mais numa vulgar e plebeia margarida. O que não quer dizer que não haja poesia e beleza no malmequer (aparentemente o parente pobre das margaridas), ora repara neste poema do nosso Pessoa:
É boa! Se fossem malmequeres!
E é uma papoula
Sozinha, com esse ar de "queres"?
Veludo da natureza tola.
Coitada!
Por ela
Sai da marcha pela estrada
Não a ponho na lapela.
Oscila ao leve vento, muito
Encarnada a arroxear,
Deixei no chão o meu intuito.
Caminharei sem regressar.
Eu não sei mais o que te dizer sobre margaridas. Desculpa, querida amiga, que eu de margaridas pouco mais sei. Dizem que é flor da alegria e que pouco lhe ligamos. Mas tenho a certeza de que haverá muito mais a dizer, quanto mais não fosse pelo conhecido desfolhar da flor para saber se o nosso amor gosta ou não gosta de nós…
Ficaste na mesma, não é? Mas a intenção foi boa!
ADENDA: - Alguma coisa se passa com o teu blogue. Já tentei por três vezes ver quem é que faz anos mas quando clico nos comments... dá erro fatal e a net desliga-se (sempre desconfiei da fatalidade de me meter contigo ou com os teus...).
Presumo, mesmo assim, que deve ser o filho porque elas, uma é mais suecos, outra é mais japoneses. De qualquer forma, parabéns à Mãe e ao aniversariante.
7 Comments:
Devo estar a ficar completamente lerdinha pois demorei mais de 10 nano segundos a perceber esssa coisa dos suecos e dos japoneses!!
Espumante
Claro que não pedi tanto! Sinto-me tão vaidosa com a importância atribuída ao meu humilde desejo, que nem sei o que dizer. Fiquei sem jeito.
Mas ainda assim, depois de tão completa e sábia dissertação, acho que, resumindo, entendi que, tendo apenas pedido um malmequer, me foi bondosamente oferecida uma margarida, quiçá uma luxuriante “barberton daisy”.
Por razões “óbvias e inerentes”, reitero os meus agradecimentos e retiro-me como uma triste papoula, por não conseguires comentar no meu blogue.
O aniversariante é o meu filho.
Já pedi á especialista em informática para ver o que se passa.
Beijinhos muitos
Errata: Onde se lê "Já pedi á especialista..." leia-se "Já pedi à especialista...".
Puxa, tava a ver que só me corrigias a mim, afinal és incorrigível e corriges todo mundo. As Margaridas, conheço umas bem tristes!!!
Beijos
Xana
Deixei passar um dia de propósito. Já percebeste agora a dos suecos e dos japoneses?
:)
Laura Lara
Os teus pedidos são atendidos na hora. The impoossible, I do it at once. Miracles, take a little longer :))
mmicr
Eu sei que há Margaridas tristes, Rata. Mas tu agora vais ter uma flor muito alegre
Beijos
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