quarta-feira, maio 11, 2005

Desafio



[362] - Ora se andam por aí inquéritos, jogos e desafios mais ou menos capciosos pela Blogos (eu próprio respondi ao dos livros...) e considerando que em Portugal estamos todos bem muito obrigado, com um governo que governa e espalha a sua influência diplomática entoando com fervor internacionalista o «soltem os prisioneiros», o défice está alto mas não se nota por aí além, os tráfegos de influências são sempre os mesmos e feitos pelos suspeitos do costume, o desemprego nem anda nem desanda, o Carvalho da Silva anda mudo e quedo, o Louçã anda rouco (uma gravatinha de lá podia ajudar...), o Barnabé anda sem assunto que até já fala na TAC do Tutankhamon, as trapalhadas do Governo só seriam trapalhadas se Santana Lopes em vez de andar por aí andasse por aqui e até vamos ter um campeonato dignamente disputado na 2ª circular, achei que era de bom tom lançar um desafio àqueles (e àquelas, sejamos uns dignos continuadores do «Portugueses e Portuguesas») que acham que dominam a escrita (e mesmo aos que não acham, que eu nestas coisas não sou de filhos nem de enteados) e propôr o seguinte:

- Escrever um texto, com um mínimo de 60 (sessenta) palavras em que a letra «A» esteja SEMPRE excluída. Nem como inicial nem como... nada. Que NUNCA seja aplicada.
O texto deverá ter um mínimo de sentido, claro, nada do género «Eu sou eu, viva eu (oops ali vai um «A» no «viva»...) e ninguém é melhor do que eu». A pontuação e acentuação são de livre arbítrio e cada um que faça o seu melhor. Quem quiser alinhar tanto o pode fazer na caixa de comentários como no seu próprio blogue, sendo que neste caso a coisa é mais gira - digo eu, mas não faço questão.

Eu dou o exemplo com o texto que segue e garanto-vos que de cada vez que o relia encontrava sempre mais um «A». Espero que desta vez esteja ok.
Se aceitarem o desafio, boa sorte:


O meu texto:

Escrever é perceber que, mesmo vertendo os fluídos de prejuízo é, sobretudo, enriquecer o fervor do nosso espírito. Mesmo que isso signifique custos frustres e de evidente desconforto. Por isso é bom escrever. Por isso é bom produzir escritos. O lucro é em prole dos que escrevem e no sentido oposto dos que vivem herméticos e introspectivos. Sem remédio. Perdidos e infelizes.

32 Comments:

At 5:52 da tarde, Anonymous Anónimo disse...

Já está. No meu blogue.

 
At 7:03 da tarde, Anonymous Anónimo disse...

UAUUU e conseguiste, espumante!!, fantástiko!, abraço, IO.

 
At 7:29 da tarde, Blogger t-shelf disse...

Aqui vai disto:
O repto industrioso foi recebido com regozijo. Se bem que discorrer sobre conteúdo de interesse sem o dito signo fosse serviço de compromisso e esforço, resolvi recebê-lo de peito feito e expor o meu engenho. Por muito de despretensioso que se dissimule, este texto é indício de entretenimento frívolo, recreio fútil, ou somente um empreendimento de indivíduo ocioso. Nem direi o tempo que demorei neste feito por mero pudor...

 
At 7:52 da tarde, Blogger Xana disse...

Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

 
At 7:57 da tarde, Blogger Xana disse...

Por muito que se pense, é reduzido o numero de termos que nos ocorre sem esse elemento proibido neste jogo. Por isso, e só por isso, recuso o convite de contribuir com um texto nesses moldes. Posso inclusive pôr o rótulo de ignominioso neste exercício, pois exclui todos os que, como eu, dificilmente podem ser inscritos no grupo restrito dos que têm o dom de bem escrever... e tenho dito!
;-)

Já tentaram jogar SCRABBLE (em português) com a versão francesa? É mais ou menos o mesmo!

 
At 8:37 da tarde, Blogger Hipatia disse...

Óptimo concurso, senhor escrevedor deste blogue. Porém, o tempo que me foge impede-me de discorrer coerentemente. Pretendo contudo conceber responso. O repto emitido é fértil em despique, prometendo uns bons duelos com costumes no mister de escrever. Espero ter engenho neste imbróglio em que nos meteste. De momento, é só o que consigo. Prometo, entrementes, conceber refúgio onde jungir o resto do texto tolhido por estes incómodos letreiros que o cingem em excesso.

 
At 10:24 da tarde, Blogger Nada de novo na frente ocidental disse...

Com permissão da minha filha, parte de um texto escolar dela:

De noite. Ouvindo os mochos, sons nocturnos vindos do desconhecido, percorrendo o terreno de verde oculto, deixei-me conduzir pelos eventos de um tempo vivido surpreendentemente. Tudo sucedeu de repente. No fundo, o homem perseguiu-me todo o tempo.
No sombrio beco, o homem bloqueou-me e vi nos seus olhos o profundo negro, de terror. Do terror que me congelou, de súbito.
Nem o livro que me roubou conseguiu o mesmo efeito que o negro dos olhos...
...De noite, os sons dos mochos conduzem-me pelo terror, pelo negro...pelo silêncio negro desse terror feito de olhos...

 
At 11:39 da tarde, Anonymous Anónimo disse...

Acho uma descriminação. O A é a minha letra, depois do G, por razões místicas. Não deve ser retirada nunca. Senão o que acontecia ao Z? O ómega também não é nada sem o alfa. E que tal escolher outra? O R por exemplo:

O ato oeu a olha da gaafa do ei da ússia.

 
At 11:45 da tarde, Blogger Nelson Reprezas disse...

Laura Lara
Já lá fui ler. Mas uma "A" esquecido. De qualquer maneira, o texto tinha muito mais sentido que o meu.
:)

 
At 11:47 da tarde, Blogger Nelson Reprezas disse...

t-shelf
Nem eu espereria outro desempenho que num fosse esse mesmo que demenstriste. Por isso nem pergunto quinto tempo leviste ...hmmm. escrever.
Mes esté óptimo. Perebéns
:)

 
At 11:48 da tarde, Blogger Nelson Reprezas disse...

IO
Fantástico Mike :))))
Estava à espera que demonstrasses o teu engenho...
Abraço amigo

 
At 11:49 da tarde, Blogger Nelson Reprezas disse...

Xana
Sem desprimor para os restantes, acho o teu o mais conseguido. Digo eu...
:)

 
At 11:50 da tarde, Blogger Nelson Reprezas disse...

Hipatia
Balanço entre ti e a Xana (salvo seja...)
Quem fica com a escrita borrada sou eu. O meu texto é, de longe, o mais pobrexinho...
:(

 
At 11:51 da tarde, Blogger Nelson Reprezas disse...

abf
É preciso que se saiba que a autora deste texto tem doze anitos e que nos deu um bigode a todos.
Parabéns ao pai babado.

 
At 11:53 da tarde, Blogger Nelson Reprezas disse...

Anónimo
Tem toda a azão meu cao anónimo. Foi, ealmente, uma temenda injustiça descata o A: Paa a poxima botamos o ( ) foa, caago
:)

 
At 11:54 da tarde, Blogger Nelson Reprezas disse...

Apelo ao Zero
Nem um textinho incompetente???
:)
E a Madalena???
E a formiga?
E...
E...?

 
At 11:57 da tarde, Blogger Nelson Reprezas disse...

Laura, IO, t-shelf...Xana, Hipatia...Sofia... uma vez mais a presença do gineceu foi esmagadora. Pelo menos até aqui.Total. Só não sei o BI do anonymous lá do fim. Nem um barba rija qualquer a salvar a honra dos homens. Depois ainda exigem quotas...
:)

 
At 8:50 da manhã, Blogger Madalena disse...

Sem ser com fim no prémio, vou escrever esse texto, exprimindo primeiro que tudo, o gosto de discordar de um senhor inteligente como tu! Nem se pode falar de um sentimento lindo que une todos neste sítio, pois contém o elemento proibido. Penso eu, de que, como diz o dono do esférico, em jeito de fim: o nosso limite é o impossível! Enveredei pelo nonsense, um pouquito. Teve de ser!
Suficiente? Beijinhos não tem, pois tem? Beijinhos, pois sim!

 
At 9:09 da manhã, Blogger t-shelf disse...

Ai que a madalena foi atraiçoada pelo falar ;)

 
At 9:37 da manhã, Blogger Nelson Reprezas disse...

Madalena

Então deste tratamento especial ao "FALAR" e ao "DISCORDAR" ????
Tss tss tss
:)))))

 
At 9:38 da manhã, Blogger Nelson Reprezas disse...

t-shelf

Ai que a t-shelf só detectou o "falar" e não reparou no "discordar"...
:)

 
At 9:48 da manhã, Blogger t-shelf disse...

...er... pois é...é a decadência ocular que se apodera de mim com os anos....

 
At 11:37 da manhã, Blogger Madalena disse...

Sem ser com fim no prémio, vou escrever esse texto, exprimindo primeiro que tudo, o gosto do "discordo!" de um senhor inteligente como tu! Nem se pode "dizer" sobre um sentimento lindo que une todos neste sítio, pois contém o elemento proibido. Penso eu, de que, como diz o dono do esférico, em jeito de fim: o nosso limite é o impossível! Enveredei pelo nonsense, um pouquito. Teve de ser!
Suficiente? Beijinhos não tem, pois tem? Beijinhos, pois sim!

 
At 1:55 da tarde, Blogger sophia disse...

Atrevo-me a propor-lhe a leitura de «Um conto de Ntl», escrito pelo Nuno Madureira e publicado na PAIS&Filhos de Janeiro de 2004. Porque é exactamente o exercício que propõe (escrever sem a letra «a») E porque está muito bem escrito. Se quiser, posso enviá-lo por e-mail...

 
At 3:31 da tarde, Blogger Nelson Reprezas disse...

t-shelf
Convém não confundir deficiência ocular com outra possível diminuição física. Eu, por exemplo, julgava que precisava de óculos de ler e afinal tinha era os braços curtos...
:))))))

 
At 3:32 da tarde, Blogger Nelson Reprezas disse...

Madalena

Essim esté melher :)))))

 
At 3:34 da tarde, Blogger Nelson Reprezas disse...

Inês
E atreve-se muito bem.
O e-mail do blog está disfuncional (mais ou menos como o dono...) :))mas pode fazê-lo para: nelson.reprezas@agrigenese.pt

 
At 10:16 da tarde, Blogger Nelson Reprezas disse...

Incompetente
Estou esmagado... crushed... nem comento. Talvez comente lá no zero, mas prometo ir de veia cortada para não perturbar o trabalho nocturno
:)

 
At 8:19 da tarde, Blogger Formiga Rabiga disse...

Há um livro escrito em francês, repito FRANCÊS, com mais de 600 páginas sem que seja usada a letra "E". Isso é que é um fantástico exercicio de escrita.
Um dia destes faço o teu exercício. Desculpa, não é falta de vir aqui nem má vontade na resposta a desafios.

 
At 8:52 da tarde, Blogger Nelson Reprezas disse...

Formiga
Não sabia do tal livro francês, muito menos das 600 páginas... e concordo contigo que "isso é que é um fantástico exercício de escrita". Peço desculpa pela modéstia do meu desafiosinho, mas foi coisa que surgiu, como aliás eu deixava entender no post, por manifesta falta de assunto :) Enão tens que pedir desculpa de nada, tudo isto não passou de uma brincadeirinha pueril.
Beijinhos

 
At 11:14 da tarde, Blogger Formiga Rabiga disse...

Mas foi engraçado teres feito o desafio, são coisas giras, eu é ando meia sem tempo e sei lá mais o quê.
Não é propriamente modesto, é à dimensão desta coisa, se fosse maior seria pretensioso.
Beijinhos

 
At 10:16 da tarde, Anonymous Anónimo disse...

sobre o texto que escreveu Madalena, esqueceram-se do "Não"?

 

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