A Zelar por Nós...
O chamado corporativismo pode ter um sentido abrangente. De alguma forma todos nós somos algo corporativistas e eu diria mesmo que isso poderá ser aceitável. Afinal, não somos de ferro e até o mais empedernido dos anglosaxões manifesta o seu corporativismo em várias circunstâncias. Agora... o nosso corporativismo é que não consegue emancipar-se do terrível provincianismo e tacanhez que enformam as nossas corporativas reacções – mais ou menos do género de recorrer à mais pueril ou imbecil argumentação, postulando razões que são verdadeiros insultos à inteligência e demonstrando o mais total desrespeito pela cidadania de cada um.
As razões aduzidas pela Ordem dos Farmacêuticos e pela Associação Nacional de Farmácias perante a intenção de José Sócrates em acabar com a vergonha do monopólio das farmácias na venda de produtos sem prescrição são, em si mesmas, um insulto ao consumidor. Ainda se poderia conceder alguma flexibilidade a esta matéria se as farmácias fossem adequadas aos interesses dos consumidores e não o são. Para além da obrigatoriedade de esperarmos em bichas intermináveis para adquirirmos um simples frasco de sais de frutos, ainda temos frequentemente de percorrer quilómetros aos fins de semana para adquirir um baton para o cieiro ou um antiácido para combater uma feijoada mais condimentada. E não são adequadas porque muitas delas funcionam ainda em espaços exíguos, sem quaisquer condições, sendo frequente ver-se longas bichas de clientes fora de portas. Em muitos países ( e não só anglosaxónicos, como algumas almas bem intencionadas e melhor esclarecidas aqui pela blogoesfera já referiram, argumentando que o que é bom para os USA pode não ser para Portugal – os eternos yankees...) as farmácias dispõem de prateleiras onde nos podemos abastecer do que quisermos e pagar no caixa - e de um espaço próprio para a execução de receitas. Isto não tem a ver com costumes anglosaxónicos, tem a ver com mérito, com respeito pelos cidadãos e com eficiência empresarial que são coisas de que temos um acentuado défice.
Que não lhe doam as mãos senhor primeiro ministro e acabe rapidamente com esta treta do exclusivo das farmácias. E depressa, porque ainda há uma série de tretas a corrigir...
3 Comments:
O homem ainda nos obriga a gostar dele, lol
Que não sejam promessas vãs e que se sigam outras tantas...
Hipatia
Gostar do homem, salvo seja :)))
Aquilo lá pelo "Voz em Fuga" anda assanhado...
Beijinho e continua a escrever ~que eu gosto de te ler e não te dou "epídeto" nenhum :)
Em 1955, em Londres, já o "Aspro" se vendia em quiosques...
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