Democracia directa?
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Tenho Pacheco Pereira em elevado apreço pela sua intelectualidade e pelo valor da sua obra literária e de pesquisa. Mas ouvi-lo discernir, num programa de televisão, sobre exemplos de democracia directa, para o que evocou a democracia ateniense, e deixar transparecer uma certa nostalgia (ou um mero tique académico?) porque cerca de dois mil e quinhentos anos depois não podemos chegar à nossa Acrópole e reivindicar os nossos direitos em nome da qualidade do nosso vinagre ou azeite, faz-me recear que Pacheco Pereira não equacione as realidades factuais, curtidas por mais de dois milénios. PP parece achar que sim e, por vezes, chega a parecer que, para ele, bastaria um Aristófanes para desmascarar o papel nocivo dos demagogos e denunciar a destruição económica, militar e cultural para que pudéssemos manter o exercício da democracia ateniense na sua génese mais pura.
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Etiquetas: academia, democracia
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