E pronto, é isto. Mas será que é preciso fazer um desenho?
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Decorridos quase 40 anos de gestão irresponsável e perdulária de sucessivos governos, a começar no do camarada Vasco e a acabar no do camarada Sócrates, em que se fizeram nacionalizações criminosas, investimentos ruinosos quando não mesmo inúteis, se concederam direitos insustentáveis, se subsidiou o parasitismo e o amiguismo, se fomentou o clientelismo e a corrupção, se destruiu a indústria e a agricultura nacionais, se lançou, enfim, o País para a pior bancarrota de que há memória, fico espantado com as reacções às novas medidas de austeridade que o Governo acabou de fazer.
Estavam à espera de quê? Acaso pensaram que o circo dos rendimentos mínimos, dos estádios do euro, dos aeroportos de Beja, das auto-estradas SCUT, das mordomias dos ex-Presidentes, das fundações fantoche, dos popós e cartões de crédito dos dirigentes públicos, dos submarinos de doca seca, e por aí fora, não seria um dia pago, e com altíssimos juros? Esperavam que fossem os contribuintes do Norte da Europa a sustentar a incompetência e o despesismo cá do Sul? Julgam-se especiais? Não, meus Senhores, pagaremos com suor e lágrimas pelos erros que permitimos que fossem cometidos até ao passado recente.
O Governo faz o que pode: honestamente, e como forma de contrabalançar o chumbo do Tribunal Constitucional ao corte dos subsídios de férias e Natal, aperta ainda mais o cinto da classe média, que é a única cujo contributo pode continuar a fazer inverter o que ainda em Abril do ano passado se estava na iminência de assegurar: o simples pagamento de salários da função pública e das pensões de reforma.
Espero bem que os passos já dados no controlo da despesa tenham adequada sequência: o tão propalado corte nas rendas excessivas, quase eliminação de subsídios para fundações privadas, extinção da totalidade das fundações públicas, forte controlo das prestações não contributivas, combate sem quartel ao enriquecimento ilícito, à corrupção e às baixas fraudulentas, proibição de compra de novos carros de representação, eliminação efectiva de todos os cartões de crédito no universo Estado, extinção de empresas públicas municipais, entre muitas outras.
A situação é dura? Claro que sim, mas mentirá quem disser que é fácil e não será de todo com os amanhãs que cantam, a prometer dinheiro que não existe, que alguma vez Portugal sairá da crise em que se encontra, bem pelo contrário.
Neste quadro, é simplesmente nojento ouvir esses socialistas que nos atiraram para a actual situação zorrar sobre a existência de uma “alternativa”. A alternativa deles, dessa esquerda sem vergonha que tem em Soares o mais descarado e senil expoente, foi a que nos conduziu ao descalabro de 2011.
Recuar agora, desistir, é simplesmente negar a realidade, é abrir a porta ao abismo que evitámos há um ano. E isso, não duvido, é, infelizmente, o que a esquerda todos os dias deseja que aconteça, pois que o desespero popular e a miséria social são o seu natural mercado eleitoral. Só nos cabe ser duros, perseverantes, e desconfiar dos slogans fáceis e do canto das sereias da sinistra...
Com a devida vénia ao Rui Crull Tabosa e um agradecimento por ter dito aquilo que eu passo a vida a dizer. Só que ele o fez melhor e mais sucintamente. Negrito da minha responsabilidade.
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Etiquetas: blogosfera
3 Comments:
Amigo, concordo consigo. Não há outro caminho, do lado do controlo de custos e da recuperação de algumas, as principais, receitas do Estado. Mas... há uma outra vertente. Não uma alternativa a isto, ao que comentou e muito bem. Uma vertente de recuperação de algum potencial humano e empresarial entretanto perdido, ou em vias de se perder. Não compete ao Estado, directamente. Financiar novas empresas, ou empresas com efectivo potencial, não se fará nunca com a actual atitude da Banca tradicional portuguesa. Depois, ainda há algumas coisas, sectores, onde os abusos são do teor que referiu, na Educação e Saúde nomeadamente, mas que podem, suspeito e receio, deteriorar-se demasiado com grande parte das medidas decididas. A austeridade não tem alternativa, mas nem tudo deve passar pelo mesmo grau de austeridade. Um dia, ao sairmos deste ciclo vicioso depressivo, daremos por nós sem grande parte dos valores humanos em condições de comparticipar para um novo ciclo de crescimento. Não tenho qualquer dúvida sobre o que o meu amigo disse e sobre a razão que o assiste. Mas penso que concorda comigo em que algum coisa deve começar-se a fazer para um dia surgirem outras possibilidades a esta sociedade, cega e passiva demais, que tantas más escolhas tem feito nestes quase 40 anos de 'democracia'. Sem ser mais exaustivo e chato, como é meu costume, espero que também com este Governo se inicie um camino que conduza ao esquecimento de PCP's, BE's e Maçonarias. Organizações criminosas, que tudo farão para impedir algum futuro e recuperação a Portugal. E que se dê valor a quem o tem. Pessoas. E, bem mais urgente, se não importante, que este poder excessivo de EDP's, PT'S, GALP's, e meia dúzia de empresários por quem passa toda, ou 90% (exagero...) da nossa vida económica, deixe de fazer parte das nossas vidas. Estou saturado de corporativismos, lobbies e organizações. Farto de tanto poder que destrói qualquer criatividade e iniciativa de valor. Estou tão farto de Soares e outros nojos, como está o meu amigo, e deste PS de mentirosos inúteis que tantos recursos nos levam. Mas igualmente o estou deste abuso de uns poucos que mandam em tudo por cá. Um outro exemplo que me enoja, o poder de editoras que impuseram o Acordo Ortográfico e não permitem que o anulemos,
Este Governo tem feito muito do que é necessário. Será provavelmente sentenciado nas urnas por isso mesmo. Mas falta-lhe ainda algumas medidas de extrema importância: fechar compulsivamente Entidades Regularodoas, todas sem excepção. Fundações e Institutos de parasitas nojentos e despesistas, bandos de inúeteis que se pavoneiam e desdenham do resto de nós. E encontrar com a Banca, portugesa ou não novas formas de reanimar a economia, apstando não em grandes empresas, mas em empresas de gente de valor, familiares ou outras.
Gostei imenso de o ler, de novo, com a sua habitual lucidez e a liberdade de pensar que o caracteriza.
Gostava de deixar o link deste post no Facebook, gostava que o lessem....
Caros Nelson Reprezas, Bazenga Fernandes e Papoila.
1º acho que não devemos ser clubistas. Nem os nossos "amigos" fazem tudo bem, nem os nossos "inimigos" faziam tudo mal ( Nelson Reprezas exagera neste particular). De acordo com os resultados, há que dar os parabéns pelos sucessos e criticar duramente quando não conseguem o que diziam que íam conseguir.
2º Achar-se um heroi por anunciar as desgraças, é ridículo. Esperamos de um líder, de um primeiro-ministro, ou até de um pai, que nos diga que algo está mal, que há dificuldades mas principalmente quais as acções a tomar e que resultados vamos alcançar. Passos Coelho é muito mau neste capítulo porque se acha muito bom porque diz as más notícias, mas não diz ( porque não sabe)o que os portugueses devem fazer e o que irão conseguir.
3º uma síntese com um balanço actual deste Governo
Ponto da situação:
Pontos positivos: a TSU baixa. 1-0; temos mais 1 ano para chegar ao défice obrigatório.2-0; António Nogueira Leite diz que vai emigrar se pagar mais impostos sobre os 100 mil euros mensais. Acho que ele pode pagar mais 7%. Ainda sobra alguma coisa..., 3-0; Pedro Passos Coelho gosta do Facebook e tem 7000 likes. boa! 4-0; O Estado vai privatizar mais e acabar com fundações 5-0; ( Ai, se não fosse a Troika,a dar com um chicote no Governo, ainda Portugal estava a dormir na parada, com tudo por fazer)
Pontos negativos: Se há um ano desconfiávamos que o Governo e a troika não sabiam o que estavam a fazer, neste momento temos a certeza. Se isto fosse uma Direcção de Vendas, os senhores que não apresentam resultados seriam demitidos. Verdade? Mas o Governo continua lá. Dizem que estamos no bom caminho mas não dizem ( é porque não sabem) onde vão chegar. Que comentários vos apetece escrever? ( Não aceitamos palavrões como os que estão na página do Facebook de Passos Coelho)
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