O investigador Sebastião
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Já em novinho eu conhecia a expressão “se não tivesse nascido tinha que ser inventado”. Alguns agentes da nossa gente, que é a forma que me ocorre ser a mais adequada para definir algumas gentes agentes da nossa gente são verdadeiramente extraordinários na arte de dizer coisas como quem manda balões para o ar. Fico, por vezes, com a sensação de que há pessoas que falam:
- sem ter a mínima ideia do que estão a dizer;
- têm uma vaga ideia do que dizem, não percebem bem o sentido mas acham que poderá ter algum impacto e os portugueses são, em última análise, demasiadamente estúpidos para os perceberem;
- ou, ainda, sabem o que dizem e estão convictos que o fazem na defesa do bem supremo do interesse comum, o que normalmente significa defender um tacho muitas vezes arrancado a ferros na conjuntura difícil actual, em que um pobre político se sente em permanente escrutínio pelo que faz ou pelo que diz.
Este arrazoado vem a propósito desta tirada espantosa, surrealista, mas certamente muito para além da minha compreensão, pelo que ficarei a aguardar que uma alma caridosa e mais inteligente que eu ma explique, para eu ter uma noção mínima desta gente (a tal gente agente das nossas gentes). Ora vejam, a propósito da descida do Iva nos ginásios de 21 para 5%:
O responsável salientou que, apesar da Autoridade da Concorrência não regular preços, esta questão justifica uma análise da AdC pois o facto de os ginásios não repercutirem nos preços a baixa do IVA poderá ser entendido como "uma prática restritiva da concorrência".
O responsável é o senhor Manuel Sebastião e é presidente de uma coisa chamada “autoridade da concorrência” e que está a investigar activamente o assunto.
Utentes (como eu gosto deste termo) de ginásios do nosso país. Aguardemos e confiemos na investigação activa do senhor Sebastião. A justiça virá ao de cima.
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Já em novinho eu conhecia a expressão “se não tivesse nascido tinha que ser inventado”. Alguns agentes da nossa gente, que é a forma que me ocorre ser a mais adequada para definir algumas gentes agentes da nossa gente são verdadeiramente extraordinários na arte de dizer coisas como quem manda balões para o ar. Fico, por vezes, com a sensação de que há pessoas que falam:
- sem ter a mínima ideia do que estão a dizer;
- têm uma vaga ideia do que dizem, não percebem bem o sentido mas acham que poderá ter algum impacto e os portugueses são, em última análise, demasiadamente estúpidos para os perceberem;
- ou, ainda, sabem o que dizem e estão convictos que o fazem na defesa do bem supremo do interesse comum, o que normalmente significa defender um tacho muitas vezes arrancado a ferros na conjuntura difícil actual, em que um pobre político se sente em permanente escrutínio pelo que faz ou pelo que diz.
Este arrazoado vem a propósito desta tirada espantosa, surrealista, mas certamente muito para além da minha compreensão, pelo que ficarei a aguardar que uma alma caridosa e mais inteligente que eu ma explique, para eu ter uma noção mínima desta gente (a tal gente agente das nossas gentes). Ora vejam, a propósito da descida do Iva nos ginásios de 21 para 5%:
O responsável salientou que, apesar da Autoridade da Concorrência não regular preços, esta questão justifica uma análise da AdC pois o facto de os ginásios não repercutirem nos preços a baixa do IVA poderá ser entendido como "uma prática restritiva da concorrência".
O responsável é o senhor Manuel Sebastião e é presidente de uma coisa chamada “autoridade da concorrência” e que está a investigar activamente o assunto.
Utentes (como eu gosto deste termo) de ginásios do nosso país. Aguardemos e confiemos na investigação activa do senhor Sebastião. A justiça virá ao de cima.
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Etiquetas: Ai Portugal
5 Comments:
Caro Espumante, não entendo o que não percebeu, mas estou aqui, do alto da minha humildade para o esclarecer. Até por fases (não se vá perder... :))
1-«O responsável salientou que, apesar da Autoridade da Concorrência não regular preços,...» : a AdC não é uma entidade reguladora nem dum sector específico, nem do mercado em geral (caso em que estaríamos num mercado não livre). As autoridades reguladoras estão circunscritas às utilities, como no caso das eléctricas, por exemplo.
2-«...esta questão justifica uma análise da AdC pois o facto de os ginásios não repercutirem nos preços a baixa do IVA poderá ser entendido como "uma prática restritiva da concorrência".» : Se a actividade dos ginásios foi considerada um serviço essêncial, sendo alvo da redução do IVA de 21% para 5%, a base de incidência tem que se manter a mesma, sendo aplicado agora 5% de IVA, atingindo-se assim o preço final. Valor este inferior. Ora o que os ginásios fizeram foi aumentar a base de incidência por forma a que o valor final fosse idêntico àquele que era quando o imposto era de 21%, ou seja, aproveitaram uma alteração de taxa de imposto, que é repercutido no consumidor final, para subir indevidamente 16% no valor de incidência. Indevidamente porquê? Porque assim, há o aproveitamento de uma lei para a apropriaçãoindevida no valor do imposto devido ao estado. E porque entra aqui a AdC? Porque todo o sector fez igual ao mesmo tempo, ou seja, cartelizaram (combinaram preços), impedindo concorrência livre entre os agentes do sector. Isto é, quem obedecesse à lei, ficava em desvantagem competitiva.
E já agora:
a) Não tenho uma vaga ideia do que digo: tenho um grau de certeza impressionante;
b)percebo perfeitamente o sentido e estou a tentar explicar a um português superiormente inteligente;
c)não sou do ramo, não asseguro tacho...
Abraço Amigo, mas já sabe como gosto de o contrariar... :)) (mentira)
joãog
prometo responder. Neste momento estou, definitivamente, sem tempo.
E agradeço o seu comentário
Esteja à vontade, tem todo o tempo do mundo (Imagino que venha com o Sr. Investigador Sebastião...):)
joãoG
Isto de guardar resposta a comentário durante uns dias dá bota. Primeiro porque o post perde actualidade, segundo porque seja o que se for que se diga sabe um pouco a requentado.
Em qualquer caso queria só afiançar-lhe que entendi bem o que disse percebo, que a AdC intervenha na análise das várias situações que possam "cheirar" a cartelização. No caso dos ginásios, porém, não estou a ver as centenas (milhares) de ginásios a mandarem sms uns aos outros para cartelizaram os preços e não os baixarem depois da redução de IVA. Vistas as coisas à luz da realidade, os preços dos ginásios são livres e nada impede um ginásio de aumentar preços quando quizer pelo que, em teoria, poderia sempre acontecer um ginásio, ou todos, subir o preço no segundo imediatamente a seguir à entrada em vigor da redução do IVA. Por isso, acho (e acham muitos, sobretudo os que percebem mais disto do que eu) que esta coisa do controle da AdC é uma falácia e serve apenas para transmitir a ideia (falsa) de que os portugueses estão protegidos por instituições oportunamente criadas pelos socialistas.
O que abomino é excatamente isso, é a falinha mansa que surge sempre nestas situações, este "colocar a mantinha a proteger os portugueses da friagem" em que os socialistas são (ou pensam que são) exímios. Em boa verdade, mesmo que tivesse havido cartelização, o João acha que alguma vez a AdC seria capaz de encontrar matéria "palpavelmente" (!!!) jurídica para acusar fosse quem fosse? Se isso foi impossível com os três operadores de combustíveis, como haveria de ser possível com as as centenas ou milhares de ginásios?
Um abraço
Caro Espumante,
Agora sou eu q estou com pressa, ptt, vai mm assim:
1- AGAP, não lhe diz nada, pois não (a mim tb n)? Mas entendeu o q eu quero dizer.
http://www.agap.pt/
2- As gasolineiras cartelizaram, combinaram preços; são por demais evidentes até nos minutos. Não é preciso prova do meio, mas de facto.
3- A AdC disse n encontrar nd? Poix, é aí que o Espumante tem razão:a AdC fez mal o trabalho, logo parece que está a mais e assim, mto provavel/ está.
Abraço,
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