sábado, junho 14, 2008

O poeta lá teria as suas razões

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Para a Madalena, com um beijinho amigo, a propósito deste post.

O que nós vemos das cousas são as cousas.
Por que veríamos nós uma cousa se houvesse outra?
Por que é que ver e ouvir seria iludirmo-nos
Se ver e ouvir são ver e ouvir?

O essencial é saber ver,
Saber ver sem estar a pensar,
Saber ver quando se vê,
E nem pensar quando se vê
Nem ver quando se pensa.

Mas isso (tristes de nós que trazemos a alma vestida!),
Isso exige um estudo profundo,
Uma aprendizagem de desaprender
E uma sequestração na liberdade daquele convento
De que os poetas dizem que as estrelas são as freiras eternas
E as flores as penitentes convictas de um só dia,
Mas onde afinal as estrelas não são senão estrelas
Nem as flores senão flores
Sendo por isso que lhes chamamos estrelas e flores
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1 Comments:

At 11:06 da manhã, Blogger Madalena disse...

Comovida e agradecida e talvez um pouco mais esclarecida!!!!! :) Beijinhosssssssssss

 

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