"Lá para o fim de semana" operam-na
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Já passei dois dias no Curry Cabral e gostei da forma como fui tratado e disso mesmo aqui dei conta. Dois anos mais tarde, uma amiga minha lembrou-se de fracturar o colo do fémur (eu pensava que o colo do fémur era uma coisa que só se fracturava nos idosos e, mesmo esses, cheios de osteoporose, afinal também acontece aos jovens…) na quinta-feira passada. Hoje, terça-feira, a única coisa que ela sabe é que tem uma fractura e que tem de ser operada. E mais não dizem. Anteontem uma enfermeira condescendente acabou por dizer-lhe que o cirurgião que a vai operar está de férias mas que lá para o fim-de-semana é capaz de a poder operar. E mais não disse aos costumes.
A minha amiga está atirada para uma cama, entalada, e com um peso a esticar-lhe a perna. As enfermeiras passam e tornam a passar. Atendem-lhe os pedidos e servem-lhe as refeições. Ainda nenhuma lhe explicou exactamente o tipo de fractura, porque é que iam operá-la, o que é que lhe iam fazer, enfim aquela informação mínima a que uma pessoa tem direito. Especialmente se o corpo é nosso. Mas há aquela atitude tipo não vale a pena explicar coisas a quem não percebe nada do assunto, que me irrita profundamente. Faz lembrar alguns mecânicos que eu conheço e a forma displicente como se dirigem a uma mulher, quando esta vai à oficina deixar o carro para a revisão e desata a fazer perguntas estúpidas.
É a tal questão de os portugueses acharem (quase todos) que estão a prestar serviços para os quais foram claramente subestimados. Por isso, o que é um paciente tem agora de lhe dar para de saber o que é lhe vão fazer ao fémur na operação? Que espere pelo médico, que lá para o fim-de-semana "deve de" poder operar…
Já passei dois dias no Curry Cabral e gostei da forma como fui tratado e disso mesmo aqui dei conta. Dois anos mais tarde, uma amiga minha lembrou-se de fracturar o colo do fémur (eu pensava que o colo do fémur era uma coisa que só se fracturava nos idosos e, mesmo esses, cheios de osteoporose, afinal também acontece aos jovens…) na quinta-feira passada. Hoje, terça-feira, a única coisa que ela sabe é que tem uma fractura e que tem de ser operada. E mais não dizem. Anteontem uma enfermeira condescendente acabou por dizer-lhe que o cirurgião que a vai operar está de férias mas que lá para o fim-de-semana é capaz de a poder operar. E mais não disse aos costumes.
A minha amiga está atirada para uma cama, entalada, e com um peso a esticar-lhe a perna. As enfermeiras passam e tornam a passar. Atendem-lhe os pedidos e servem-lhe as refeições. Ainda nenhuma lhe explicou exactamente o tipo de fractura, porque é que iam operá-la, o que é que lhe iam fazer, enfim aquela informação mínima a que uma pessoa tem direito. Especialmente se o corpo é nosso. Mas há aquela atitude tipo não vale a pena explicar coisas a quem não percebe nada do assunto, que me irrita profundamente. Faz lembrar alguns mecânicos que eu conheço e a forma displicente como se dirigem a uma mulher, quando esta vai à oficina deixar o carro para a revisão e desata a fazer perguntas estúpidas.
É a tal questão de os portugueses acharem (quase todos) que estão a prestar serviços para os quais foram claramente subestimados. Por isso, o que é um paciente tem agora de lhe dar para de saber o que é lhe vão fazer ao fémur na operação? Que espere pelo médico, que lá para o fim-de-semana "deve de" poder operar…
P.S. As brasileiras foram um óptimo factor de melhoria de atendimento ao público nas lojas. Não haverá enfermeiras dispostas a emigrar?
Etiquetas: hospitais
4 Comments:
No ano que findou, tive a ingrata oportunidade de acompanhar uma pessoa de família num internamento que se prolongou por 45 dias. Foi então que percebi que aos enfermeiros nada mais é permitido para lá de prestarem a assistência que o seu código - profissional, ético, deontológico, etc. - prevê e que não inclui - em momento algum - a informação sobre o estado de saúde do doente, nem sequer ao próprio. Como em quase tudo neste cantinho à beira-mar plantado, é necessário ir para a bicha de atendimento para saber junto do médico assistente a informação que (supostamente) nem deveríamos procurar por ter que ser prestada, de modo voluntário, pelo próprio estabelecimento hospitalar. É a saúde que temos. Deus dirá se é a que merecemos!
anónimo
Deus dirá...
Essa coisa das enfermeiras brasileiras podia ajudar. Na minha recente passagem pelo Curry o médico também achou que 19X12 de tensão era capaz de ser só ansiedade, mas vomitei-lhe a lasanha e passou-lhe.
beijinhos e as melhoras da amiga (já agora, ficamos a saber que tens amigas jovens e jeitosas...)
azulinha
...vomitaste-lhe a lasanha...
:))))))))))))))))
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