quarta-feira, outubro 17, 2007

A guerra do Ultramar



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A série de Joaquim Furtado começou ontem. À partida parece-me isenta daquela linguagem corrente que os portugueses adoptaram e que o José da Grande Loja do Queijo Limiano chama, com propriedade, de linguagem de esquerda.

A série é longa e Furtado ainda vai nos preliminares, apesar de já se notar, em relação a Angola, que a génese do início da chacina de brancos (e de pretos bailundos, de etnia umbundo) está a milhas de distância da consciência autonómica que as populações, de repente, pudessem ter adquirido e que foi a verdade que nos foi passada. Mas estou curioso em ver os episódios lá mais para a frente, por dois aspectos distintos. Um pela ideia de que Angola, ao contrário da Guiné e, possivelmente, de Moçambique, poderia constituir um exemplo único de como se ganhar uma guerra de guerrilha. Ninguém me contou, eu estava lá, eu vi. O outro aspecto para ver como a série tratará a forma como os nossos governantes lidaram com a transferência de poder para as colónias, à revelia do respeito mínimo que as populações (portuguesa e autóctone) lhes deveria merecer, fossem quais fossem as pressões a que estivessem eventualmente sujeitos. Vamos aguardar.


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