Gatos
[1863]
E quando eu pensava que a vida me reservava já poucas surpresas, eis que ontem me oferecem um livro sobre gatos (a surpresa não é haver livros sobre gatos, mas oferecerem-me um livro sobre gatos). Meio desconfiado, passei os olhos pelo livro e acabei por lê-lo quase todo. E entre particularidades sobre os bichanos, desde comportamentos a outros segredos, fiquei a saber que os gatos têm um lugar bem mais importante do que eu julgava na literatura, particularmente na poesia. Gente ilustre como Vinicius, Eugénio de Andrade, Alexandre O’Neill, Carlos Drummond de Andrade e muitos, mas muitos outros escreveram poemas lindíssimos sobre gatos. As coisas que, às vezes, nos passam ao lado!
Até Fernando Pessoa pôs gatos a rimar, se questionou sobre o "nada" dos gatos e sobre a sua servidão às leis fatais. Ou não fosse Pessoa… ora leiam:
Gato que brincas na rua
Gato que brincas na rua
Como se fosse na cama
Invejo a sorte que é tua
Porque nem sorte se chama.
Bom servo das leis fatais
Que regem pedras e gentes,
Que tens instintos gerais
E sentes só o que sentes
És feliz porque és assim,
Todo o nada que és é teu.
Eu vejo-me e estou sem mim,
Conheço-me e não sou eu.
E quando eu pensava que a vida me reservava já poucas surpresas, eis que ontem me oferecem um livro sobre gatos (a surpresa não é haver livros sobre gatos, mas oferecerem-me um livro sobre gatos). Meio desconfiado, passei os olhos pelo livro e acabei por lê-lo quase todo. E entre particularidades sobre os bichanos, desde comportamentos a outros segredos, fiquei a saber que os gatos têm um lugar bem mais importante do que eu julgava na literatura, particularmente na poesia. Gente ilustre como Vinicius, Eugénio de Andrade, Alexandre O’Neill, Carlos Drummond de Andrade e muitos, mas muitos outros escreveram poemas lindíssimos sobre gatos. As coisas que, às vezes, nos passam ao lado!
Até Fernando Pessoa pôs gatos a rimar, se questionou sobre o "nada" dos gatos e sobre a sua servidão às leis fatais. Ou não fosse Pessoa… ora leiam:
Gato que brincas na rua
Gato que brincas na rua
Como se fosse na cama
Invejo a sorte que é tua
Porque nem sorte se chama.
Bom servo das leis fatais
Que regem pedras e gentes,
Que tens instintos gerais
E sentes só o que sentes
És feliz porque és assim,
Todo o nada que és é teu.
Eu vejo-me e estou sem mim,
Conheço-me e não sou eu.
.
Etiquetas: gatos
3 Comments:
Realmente nunca podemos considerar que a vida já não nos reserva surpresas...
Estava aqui a pensar numa alternativa aliciante para o tempo que "perdeste" a ler esse livro mas tudo o que me veio à ideia pareceu-me um pouco...atrevido:))
Beijo ensonado!
alexia
Não perdi tempo, Alexia. O livro é interessante e lê-se de um fôlego :))
Atrevido é que não será...
:)
1,2,3 exp
Enviar um comentário
<< Home