Tolerâncias
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Nem um dos mais acabados exemplos de promiscuidade política (leia-se a nomeação de Maria de Belém Roseira para ministra da igualdade) serviu para diluir um dos traços mais característicos da esquerda intolerante e iluminada. Qual seja o descaramento em classificar quem dela discorda, de intolerante.
Sabendo-se da facilidade com que a esquerda mete dogmas na gaveta como quem arruma os óculos de ler, sempre que necessário conquistar (ou manter) o poder, não custa perceber que a atitude de Maria de Belém Roseira em classificar de intolerantes os que não votarem sim no referendo ao aborto se situa exactamente nessa linha de actuação política.
Maria de Belém é um dos mais aprimorados exemplos de vacuidade política, oportunismo e vanidade. Borboleteou por vários governos e continua a pensar que a ortodoxia de métodos lhe trará prebendas a curto prazo. Pelo menos é o que parece, com mais esta tirada numa sessão do Partido Socialista de apelo ao "sim" à liberalização do aborto.
Há que ser tolerante e não lhe ligar demasiada importância. Afinal, cada um faz o que sabe. Ou o que pode. E a mais não é obrigado.
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