Tapioquices
[1381]
Cada povo tem o general Tapioca que merece. Ontem decorreu mais um aniversário do dia em que se pôs termo à golpada de um grupo de loucos perigosos. Se alguns já morreram, outros continuam por aí, glorificados e a expensas minhas e de mais uns milhões de cidadãos anónimos.
Diz-se que a história tudo lava, que o tempo tudo dilui. Pela parte que me toca, já me é realmente indiferente a existência desta gente. Só que de vez em quando há datas que me fazem lembrá-la. E, curiosamente, consolidar o meu sentimento de desprezo e profunda indiferença por ela. Por ela e pela versão moderna dos sempiternos generais Tapiocas de que este país não sabe (não pode?) ver-se livre e que continuam por aí a saltitar por blogues, jornais, televisões e, até, alguns ministérios. E são eles que consciente ou subconscientemente conseguem que mantenhamos os cerca de 30 anos de atraso em relação ao primeiro mundo.
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