Brrrrr!
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Aqui há uns anos atrás, uma das coisas que mais confusão me faziam era que à mínima nuvem no céu, os moçambicanos punham um gorro na cabeça (adereço muito usado nos países africanos do sul da costa oriental) e um blusão ou um casaco. Muitas vezes dei comigo a olhar para o céu cinzento, sem sol, a aconchegar 26 ou 27 graus de temperatura, banhada em 90% de humidade relativa e a tentar perceber porque é que toda a gente rapava do casaco e do gorro pela simples razão de o sol se esconder e, enquanto pensava, o ar condicionado do carro afagava-me o tronco.
Hoje não tenho dúvidas nenhumas que este é um legado lusitano. Quando eu continuo a ouvir, aqui na Pátria, nas conversas de restaurante, agora que estamos em pleno sol e com temperaturas nas bordas dos 25 º que “de manhã está muito frio”, que “quando saí do escritório para almoçar, estava uma friagem horrível”, que “estou com as mãos geladas” e, em telefonemas, frases do género “não te esqueças do casaco que logo arrefece”, está para mim amplamente explicada aquele herança que deixámos aos pobres dos moçambicanos, por força desta autêntica esquizofrenia térmica de que quase todos os portugueses parecem padecer.
Bom trabalho e não se esqueçam de um abafo, porque a televisão acabou de anunciar uma descida de temperatura para 23 º. Eu seja ceguinho, como dizia o Vasco Pulido de Valente quando tinha graça, se não foi isso que eu acabei de ouvir…
Aqui há uns anos atrás, uma das coisas que mais confusão me faziam era que à mínima nuvem no céu, os moçambicanos punham um gorro na cabeça (adereço muito usado nos países africanos do sul da costa oriental) e um blusão ou um casaco. Muitas vezes dei comigo a olhar para o céu cinzento, sem sol, a aconchegar 26 ou 27 graus de temperatura, banhada em 90% de humidade relativa e a tentar perceber porque é que toda a gente rapava do casaco e do gorro pela simples razão de o sol se esconder e, enquanto pensava, o ar condicionado do carro afagava-me o tronco.
Hoje não tenho dúvidas nenhumas que este é um legado lusitano. Quando eu continuo a ouvir, aqui na Pátria, nas conversas de restaurante, agora que estamos em pleno sol e com temperaturas nas bordas dos 25 º que “de manhã está muito frio”, que “quando saí do escritório para almoçar, estava uma friagem horrível”, que “estou com as mãos geladas” e, em telefonemas, frases do género “não te esqueças do casaco que logo arrefece”, está para mim amplamente explicada aquele herança que deixámos aos pobres dos moçambicanos, por força desta autêntica esquizofrenia térmica de que quase todos os portugueses parecem padecer.
Bom trabalho e não se esqueçam de um abafo, porque a televisão acabou de anunciar uma descida de temperatura para 23 º. Eu seja ceguinho, como dizia o Vasco Pulido de Valente quando tinha graça, se não foi isso que eu acabei de ouvir…
14 Comments:
Nesta época do ano a malta enlouquece: Umas saem á rua de sandálias e manga cava, outras mantêm-se fiéis á gola alta, botas e casacão. Como entendo disto, acho que não é esquizofrenia: é doença bipolar colectiva, assim mais para a psicose maníaco-depressiva, 'tás a ver?
E em Moçambique, preocupante era o cacimbo!
Pois por aqui as coisas são mais ao contrário.
Foram anunciados 23 graus e de manhã, quando ainda estavam aí uns 18, já ia todo o mulherio na rua de vestidos de alças e de sandálias...
Outra beijola.
É tudo uma questão de moda...Em países quentes, como por exemplo, o Brasil basta uma pequena aragem, uma brisa mais forte e é vê-los a sacarem do casaco de peles e das botas de cano alto...algo estranho, qdo nós nos mantemos de sandálias e de t-shirt... de facto, como não têm muita oportunidade de usar peças mais invernosas, suportam o calor provocado pelo excesso de indumentária, mas pelo menos usam os gorros, casacos de peles e afins que viram nas revistas da moda...!
Deve andar tudo com pressa do Verão ou com o termóstato avariado!;-)
Um abraço
... eu falo do tempo, tu falas do tempo ... parece que reina outra vez a concordância!
Beijinhos, abafados,
Sinapse
125_azul
Lendo o teu comentário fiquei sem saber se és psiquiatra, modista ou técnica de meteorologia...
:)))
Carlta
Ver-te de sandálias passará a ser um desígnio assim à Jorge Sampaio. Nem que eu vá a Bruxelas...
Beijolas
:)
m
Eu acho que é uma síndrome lusa, mesmo
:)
Perfirárico
Não é pressa, é termostato, mesmo
:)
Sinapse
Eui sabia a que havíamos de chegar a bom Porto
Beijinhos acordados (de acordo, tem nada a ver com sono...)
:)
Ahahahahah!!! Cada país seu costume não é verdade???
Mas que nós assim que desce um grauzinho já andamos aflitos ...isso também é verdade!
Bjs
papoila saltitante
Nós somos assim... não é uma questão de grau :)))) Acontece que ter frio tem uma conotação com o sofrimento, com a tragédia. Vai daí... estamos em casa. Já o calor significa o bem estar, o aconchego, o ai que bom que agora é que me passa a dor nas costas. Somos um caso perdido
:)))))
O primeiro palpite não era mau..., depos de ir a Fátima digo-te!
Periférico
Na minha resposta lá em cima escrevi Perfirárico...
Peço desculpa e um abraço :))
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