Obesa, sedada e com fome
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Quando estamos parados num sinal vermelho (na 25 de Abril em Cascais, sentido poente/nascente, aprendi com a polícia) a pensar se é melhor ou pior o Beto ficar no Sporting, que a mulher que vai a atravessar a passadeira deve ter (de certeza absoluta...) uma gazela na família e levamos uma traseirada no carro, o assassino feroz que temos dentro de nós quer soltar-se e começar aos tiros na via pública.
Como não tenho pistola, saí do carro com o cenho mais façanhudo que poderia arranjar para a ocasião (já o tinha usado quando Guterres ganhou as eleições e Jorge Coelho cantou o "Only You") e dirigi-me para o condutor do carro prevaricador, com um ar de "ofaxavor, sua besta cavalar, não viu que eu estava aqui parado a cumprir diligentemente o Código de Estrada"?
Acontece que o condutor era uma condutora. Senhora obesa, sedada, olhos vermelhos e perfil rubicundo, cabelo tipo permanente dos anos sessenta, mal conseguia mexer-se num exíguo espaço que criara entre o peito (peito/abdómen?) e o guiador de um Renault Clio com ar de que não ia à inspecção há 10 anos.
Remetido o meu killer instinct para reservatório adequado, lá pedi à senhora uma declaração amigável de acidente, depois de verificar que o meu carro tinha os dois faróis de nevoeiro partidos (miraculosamente, nada mais sofrera). É aqui que a senhora obesa, sedada, etc., resolve dizer que aquilo não foi nada, que tinha de ir embora porque tinha de ir almoçar e começa mesmo a arrancar com o carro. Sem saber bem o que fazer, vejo um indivíduo "voar" na direcção da senhora, torcer-lhe o guiador e encurralá-la contra o passeio. Um guarda prisional do Linhó que conseguiu fazer o que eu, provavelmente, não conseguiria – imobilizar a senhora.
Chegada a polícia, foi evidente que a senhora em questão:
- Não tinha a mínima ideia de onde estava ou o que estava ali a fazer;
- Tinha evidentes sinais de estar sob forte medicação, como o indiciavam o tremor das mãos, os olhos vermelhos, o discurso entaramelado;
- Não tinha seguro em dia, não quiz sair do carro e repetia à exaustão que a deixassem ir embora porque tinha de ir almoçar.
Era por demais evidente que a obesidade e seu estado de saúde do momento desaconselhavam de todo que a senhora conduzisse fosse o que fosse, sobretudo um carro velho e sem qualquer segurança.
O fim da história salda-se por dois polícias de trânsito polidos e simpáticos que apreenderam os documentos à senhora e me explicaram como é que eu agora devo fazer, mas que contasse com uns meses longos antes de ver resolvido o pagamento dos farolins.
A parte pior foi a senhora meter-se no carro e ir-se embora. Quando perguntei aos polícias se não poderiam fazer alguma coisa sobre o assunto já que era evidente que a senhora não estava em condições de conduzir, foi-me dito que nada podiam fazer. E, assim, a senhora lá foi, claramente habilitada a saír da faixa de rodagem e matar alguém na faixa contrária.
Chquei ao escritório, abri o blog e vi que era sexta 13. É hoje que vou comprar um elefante com a tromba para cima e dar duas voltas à cadeira antes de me sentar á mesa.
Quando estamos parados num sinal vermelho (na 25 de Abril em Cascais, sentido poente/nascente, aprendi com a polícia) a pensar se é melhor ou pior o Beto ficar no Sporting, que a mulher que vai a atravessar a passadeira deve ter (de certeza absoluta...) uma gazela na família e levamos uma traseirada no carro, o assassino feroz que temos dentro de nós quer soltar-se e começar aos tiros na via pública.
Como não tenho pistola, saí do carro com o cenho mais façanhudo que poderia arranjar para a ocasião (já o tinha usado quando Guterres ganhou as eleições e Jorge Coelho cantou o "Only You") e dirigi-me para o condutor do carro prevaricador, com um ar de "ofaxavor, sua besta cavalar, não viu que eu estava aqui parado a cumprir diligentemente o Código de Estrada"?
Acontece que o condutor era uma condutora. Senhora obesa, sedada, olhos vermelhos e perfil rubicundo, cabelo tipo permanente dos anos sessenta, mal conseguia mexer-se num exíguo espaço que criara entre o peito (peito/abdómen?) e o guiador de um Renault Clio com ar de que não ia à inspecção há 10 anos.
Remetido o meu killer instinct para reservatório adequado, lá pedi à senhora uma declaração amigável de acidente, depois de verificar que o meu carro tinha os dois faróis de nevoeiro partidos (miraculosamente, nada mais sofrera). É aqui que a senhora obesa, sedada, etc., resolve dizer que aquilo não foi nada, que tinha de ir embora porque tinha de ir almoçar e começa mesmo a arrancar com o carro. Sem saber bem o que fazer, vejo um indivíduo "voar" na direcção da senhora, torcer-lhe o guiador e encurralá-la contra o passeio. Um guarda prisional do Linhó que conseguiu fazer o que eu, provavelmente, não conseguiria – imobilizar a senhora.
Chegada a polícia, foi evidente que a senhora em questão:
- Não tinha a mínima ideia de onde estava ou o que estava ali a fazer;
- Tinha evidentes sinais de estar sob forte medicação, como o indiciavam o tremor das mãos, os olhos vermelhos, o discurso entaramelado;
- Não tinha seguro em dia, não quiz sair do carro e repetia à exaustão que a deixassem ir embora porque tinha de ir almoçar.
Era por demais evidente que a obesidade e seu estado de saúde do momento desaconselhavam de todo que a senhora conduzisse fosse o que fosse, sobretudo um carro velho e sem qualquer segurança.
O fim da história salda-se por dois polícias de trânsito polidos e simpáticos que apreenderam os documentos à senhora e me explicaram como é que eu agora devo fazer, mas que contasse com uns meses longos antes de ver resolvido o pagamento dos farolins.
A parte pior foi a senhora meter-se no carro e ir-se embora. Quando perguntei aos polícias se não poderiam fazer alguma coisa sobre o assunto já que era evidente que a senhora não estava em condições de conduzir, foi-me dito que nada podiam fazer. E, assim, a senhora lá foi, claramente habilitada a saír da faixa de rodagem e matar alguém na faixa contrária.
Chquei ao escritório, abri o blog e vi que era sexta 13. É hoje que vou comprar um elefante com a tromba para cima e dar duas voltas à cadeira antes de me sentar á mesa.
10 Comments:
Alguma coisa contra renaults clios velhinhos velhinhos e com ar de que precisam urgentemente de reforma?
Luna
Vaissavêr e foste tu que me deste a traseirada. Clio velhinho e vermelho... e com o gráfico de peso que fizeste no Horas... é o que eu digo, vaissavêr e eras tu
Beijinho :)
Não não, que hoje andei só pelos lados da IC19. ;)
Tens que escolher melhor quem te...er... (pronto, aqui não digo o que te fizeram ao carro) dá dessas "traseiradas", Espumante.
:)))
Que tal ir à bruxa?
Pensando bem, não vale a pena.
Bruxa era a velha obesa, sedada e com fome. E que bruxa!
E hoje já é Sábado.
Beijinhos
Hipatia
Serão requícios de um cadastro heterossexual que persiste em pautar o meu procedimento na via pública... e sou punido por isso?
:)))
beijnho ó gaija do Norte e contém-te que já te ia a saír a boca para a asneira :)
Laura
A mulher estava, claramente, sedada e imprópria para conduzir. Eu disse isso mesmo à polícia e eles disseram que não podiam fazer nada, que etc., etc., o costume.
Bom fim de semana, para ti
Parece que atirar sal para trás das costas tmabém resulta. Eu já não sei se é pelo ombro esquerdo ou direito, mas pelo sim pelo não atiro pelos dois e por cima da cabeça.
BJ
Grosso ou refinado?
Faz toda a diferença :))
e os farolins não são novinhos? os do carro, claro, so seu claro...consta-me..que ganda m...nóia!
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