É disto que o meu povo gosta
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Nada como dar ao povo o que o povo gosta. Lá dizia o Jorge Perestrelo (que se finou a relatar um golo do Sporting) e Jorge lá saberia do que falava. Se o povo gosta, o povo tem, o povo exulta.
É claro que o povo gosta de futebol – melhor, gosta do seu clube, sem que daí venha grande mal ao mundo. Mas o povo gosta de mais. Gosta, preferencialmente, da maledicência. E gosta por que é invejoso. Intrinsecamente porque é mauzinho, pequenino e mentalmente pelintra. Quase tão mentalmente pelintra como aqueles que o percebem e se prestam a jogos florais no sentido de explorar essa pelintrice. Sob a capa abrangente de uma intelectualidade (que o povo não percebe, mas gosta), dá-se ao povo o que o povo gosta. Fátima, fado e futebol estão ou ultrapassados ou descontextualizados, numa altura em que se exije um gosto mais refinado e quando o povo aprendeu a gostar de outras coisas.
Se um chamado blog de referência avança com uma ideia peregrina como esta, o povo gosta. Sobretudo a elite, presumivelmente culta e sábia. Nem por isso, menos povo, porém. Daí que tentar estabelecer a relação familiar ou de amizade entre os quadros e gestores da coisa pública seja uma tentação, tanto mais que forrada por uma aura de moralismo. O problema é que a moral tem aspectos perversos que o povo não só não esconjura como, ainda por cima, usa sob o epíteto da causa justa.
Aquilo que o Bloguítica se propõe fazer é do mais pidesco que se pode imaginar. Mas vai-nos bem com a gravata… só acho que está incompleto. A coisa poderia ser enriquecida (ó se podia) se se lhe juntar o elemento cueca. Promiscuidade de cargos sem cueca, não é promiscuidade não é nada. Acrescente-se, assim, este precioso elemento e verão como a coisa fica muito mais composta. Ou descomposta. De resto, estou para aqui a escrever há quinze minutos e ainda está tudo vestido, por isso termino sem promiscuidade que se veja ou matéria que se apalpe.
P.S. Aparentemente não estou sozinho neste desacordo.
2 Comments:
Não está só, não senhor!
http://pilotxxl.blogspot.com/2005/09/caa-s-bruxas.html
teófilo m.
Já dei uma volta pela Blogos e já reparei que há quem partihe o meu ponto de vista. O Tugir, o Adufe, o Akiagato, entre ouros.
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