Mexilhão e estúpido, ainda por cima
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A subida ou descida do produto final (a gasolina e o gasóleo) tem sido campo fértil de várias teses. Umas, as dos que vão á bomba atestar os depósitos, outras provindas daqueles que vêm á televisão ou escrevem blogues mas que percebem imenso do assunto e nos explicam que esta coisa do crude baixar não tem nada a ver. Crude é crude, gasolina é gasolina, um produto refinado e nós somos compradores de gasolina e não de crude e "pardais ao ninho". Apesar de tudo, houve alguém, e sinceramente não me recordo de quem, que admitiu que a Galp cometeu um grande erro qual seja o de ter aferido os preços de venda dos combustíveis quase ao minuto, sempre que o petróleo subia. E nós sabemos como ele subia ao minuto, por vezes. Em resultado desse “erro” o mínimo que os consumidores esperariam é que as descidas se processassem mais ou menos ao mesmo ritmo da descida do petróleo bruto, a que já chamam “correcção de mercado”, já que as condições para subida continuam a ser as mesmas, furacões, baixas de stock, instabilidade na Nigéria, guerra do Iraque ou uma rinite alérgica de um gajo qualquer.
O resultado é que por muito que se esforcem, a impressão de que todos nós (os que pagamos combustíveis e produtos de consumo afectados pela subida dos mesmos) nos sentimos no papel do mexilhão com esta pantomina dos preços. Porque o que fica é exactamente aquilo a que alguém chamou um erro, imagine-se. Ir acertando as subidas ao minuto e quando a descida temos apenas as doutas explanações de quem sabe da poda, sendo que a poda neste momento é o mundo intrincado do negócio das petrolíferas e que não está ao alcance do comum mortal, pouco dado a este tipo de negócios.
A agravar a situação aparece-nos um inominável ministro a protestar o seu empenho em “moralizar a coisa” (ora aqui está uma medida que me faria imenso jeito, que me moralizassem a coisa…) e que “era o que faltava era que ele não tomasse medidas na defesa dos contribuintes".
Está tudo dito. Mesmo assim, não sendo eu economista, técnico de petróleos nem empregado de estação de serviço, tenho para mim que fosse o mercado realmente liberalizado no sentido de haver uma efectiva concorrência nos preços do produto a ver se os combustíveis baixavam ou não baixavam. E palavra de honra que me causa uma profunda irritação quando me sujeitam às doutas explicações sobre o facto de à descida do crude não ter necessariamente que corresponder a baixa do produto final. Sobretudo porque dito com um ar de que eles é que têm os livros e nós não percebemos nada disto, como de costume. E que nem vale a pena explicar-nos mais do que o que absolutamente necessário, não fôssemos nós ter algum AVC.
E terminada esta oração de sapiência vou ali meter combustível, que tenho de ir trabalhar.
A subida ou descida do produto final (a gasolina e o gasóleo) tem sido campo fértil de várias teses. Umas, as dos que vão á bomba atestar os depósitos, outras provindas daqueles que vêm á televisão ou escrevem blogues mas que percebem imenso do assunto e nos explicam que esta coisa do crude baixar não tem nada a ver. Crude é crude, gasolina é gasolina, um produto refinado e nós somos compradores de gasolina e não de crude e "pardais ao ninho". Apesar de tudo, houve alguém, e sinceramente não me recordo de quem, que admitiu que a Galp cometeu um grande erro qual seja o de ter aferido os preços de venda dos combustíveis quase ao minuto, sempre que o petróleo subia. E nós sabemos como ele subia ao minuto, por vezes. Em resultado desse “erro” o mínimo que os consumidores esperariam é que as descidas se processassem mais ou menos ao mesmo ritmo da descida do petróleo bruto, a que já chamam “correcção de mercado”, já que as condições para subida continuam a ser as mesmas, furacões, baixas de stock, instabilidade na Nigéria, guerra do Iraque ou uma rinite alérgica de um gajo qualquer.
O resultado é que por muito que se esforcem, a impressão de que todos nós (os que pagamos combustíveis e produtos de consumo afectados pela subida dos mesmos) nos sentimos no papel do mexilhão com esta pantomina dos preços. Porque o que fica é exactamente aquilo a que alguém chamou um erro, imagine-se. Ir acertando as subidas ao minuto e quando a descida temos apenas as doutas explanações de quem sabe da poda, sendo que a poda neste momento é o mundo intrincado do negócio das petrolíferas e que não está ao alcance do comum mortal, pouco dado a este tipo de negócios.
A agravar a situação aparece-nos um inominável ministro a protestar o seu empenho em “moralizar a coisa” (ora aqui está uma medida que me faria imenso jeito, que me moralizassem a coisa…) e que “era o que faltava era que ele não tomasse medidas na defesa dos contribuintes".
Está tudo dito. Mesmo assim, não sendo eu economista, técnico de petróleos nem empregado de estação de serviço, tenho para mim que fosse o mercado realmente liberalizado no sentido de haver uma efectiva concorrência nos preços do produto a ver se os combustíveis baixavam ou não baixavam. E palavra de honra que me causa uma profunda irritação quando me sujeitam às doutas explicações sobre o facto de à descida do crude não ter necessariamente que corresponder a baixa do produto final. Sobretudo porque dito com um ar de que eles é que têm os livros e nós não percebemos nada disto, como de costume. E que nem vale a pena explicar-nos mais do que o que absolutamente necessário, não fôssemos nós ter algum AVC.
E terminada esta oração de sapiência vou ali meter combustível, que tenho de ir trabalhar.
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Etiquetas: combustíveis, combustíveis fósseis
1 Comments:
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