Futebóis

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E quando eu me envergonhava por ver o espectáculo de uns quantos milhares de adeptos dos “dragões” a serem conduzidos, quase de trela e açaime, entre as Telheiras e o estádio da Luz, eis que os italianos se encarregaram de me mostrar que por lá a coisa ainda é pior. Napolitanos de visita a Roma, por causa do futebol, pintaram a manta. Centenas de milhares de euros de prejuízos, muita bastonada, feridos e correrias em fuga. O espectáculo tem tanto de carreiro de formigas pisado, com as formigas a correrem desordenadamente, em todas as direcções, como de condutor de reflexão sobre turbas que urram, agridem, partem e, até, matam, por causa de um clube de futebol.

Noutra vertente mais benigna, mas não menos significativa, da fraude em que o futebol se vai tornando, ontem assisti à transmissão do jogo entre o Braga e o Sporting. Quando até o clube da nossa simpatia alinha na tendência actual em que qualquer jogador se atira para o chão, para o que basta soprar-lhe ou roçar-lhe a camisola com os dedos, é caso para começarmos a ficar definitivamente fartos desta patranha em que o futebol se está a tornar. Quer como espectáculo, quer como fermento de uma massa que está a ficar tão lêveda que um dia destes rebenta, mesmo antes de ir ao forno.

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