A frente e a "trás", o Rajoy e o Menezes
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A Carlota gozou-me (um bocadinho, mas gozou) porque só falo no Zapatero e no Sócrates, na esquerda, na direita. Num impulso directamente proporcional à amizade que lhe tenho, estive à beira de fazer um post sobre, digamos, o Luís Filipe Menezes e o Rajoy e sobre a frente e sobre a “trás”, mas receei que saísse obra insossa e, mais complicado ainda, que aquela coisa do à frente e atrás me empurrasse para os caminhos ínvios do facilitismo retórico, com espaço a interpretações menos próprias de gente aprumadinha. Pois que qualquer blogger com pelo menos um ano de bloguismo é capaz de alinhavar umas palavras nesse tema.
É assim que me aventuro num dos seus (dela) temas preferidos, qual seja o das coisas que ela detesta. Por isso, aqui vai. Uma das coisas que me mexem (Carlota, repara neste pormenor, qualquer apresentador de TV diria uma das coisas que me mexe) com os nervos, mas com os nervos todos, com o grande simpático a abanar e as unhas quase a ser roídas, é ir almoçar ou jantar a casa de amigos, prestar-me a ajudar no que for preciso, naquela fase em que se estão a pôr os comeres e as alfaias na mesa, a “generala” (todas as casas têm uma "generala", mais ou menos contida, mas generala, pela simples razão que todas as mulheres têm uma generala dentro de si que têm de libertar de vez em quando) dizer que não, que não precisa, senta-te aí, já aí vou ter contigo, está á vontade e depois começar com um "Zé (marido), importas-te de me trazer aquela travessa que…? Olha, Zé, já que estás aí vê lá se a maionese já está consistente. Zéééé, querido, importas-te de abrir aquela latinha de alcaparras? Olha, Zé, se calhar é preciso ir lá fora que me esqueci de comprar aqueles aperitivos que a tua mãe gosta muito e que o espumante gosta também. Zé, querido, desenformas o pudim para dar tempo a refrigerá-lo? Amor, vais lá baixo à arrecadação escolher o tinto,? É que só trouxe o branco. Zé, regulas aí o aquecimento? Está quente de mais…
E o Zé traz a travessa, confere a maionese, abre a lata de alcaparras, vai lá fora buscar aperitivo, desenforma o pudim e escolhe o vinho e regula a temperatura da sala. A mulher do Zé é um amor de criatura mas o generalato doce e feminino que se instalou no lar português irrita-me tanto como as cortinas de fios da Carlota. Mas se calhar é aqui que reside o segredo de um grande amor, que sei eu destas coisas? Por outro lado, olhando o Zé de soslaio, consigo adivinhar uma expressão de acabrunhamento mal disfarçado pelo esforço genuíno em ajudar a mulher nas minudências pré-refeição.
E pronto, fica aqui um post sem falar de professores (os malandros), da Fenprof (os bandidos). Do Sócrates e Zapatero (aqueles hipócritas, não é que agora resolveram… hummm lá ia eu outra vez!). O post não saiu grande espingarda mas eu não quero ser gozado pela Carlota outra vez!
NOTA: À noite, no remanso do lar e já sem visitas, o Zé prepara-se para ligar a Sport TV para ver as desgraças do seu clube eleito e a mulher enrosca-se nele, acaricia-lhe o queixo com o dedo e diz: - Amor, passas a vida a ver futebol, põe lá isso na SIC–Mulher, tá? (chuac, chuac, chuac, chuac).
Esta vida difícil de marido!...
A Carlota gozou-me (um bocadinho, mas gozou) porque só falo no Zapatero e no Sócrates, na esquerda, na direita. Num impulso directamente proporcional à amizade que lhe tenho, estive à beira de fazer um post sobre, digamos, o Luís Filipe Menezes e o Rajoy e sobre a frente e sobre a “trás”, mas receei que saísse obra insossa e, mais complicado ainda, que aquela coisa do à frente e atrás me empurrasse para os caminhos ínvios do facilitismo retórico, com espaço a interpretações menos próprias de gente aprumadinha. Pois que qualquer blogger com pelo menos um ano de bloguismo é capaz de alinhavar umas palavras nesse tema.
É assim que me aventuro num dos seus (dela) temas preferidos, qual seja o das coisas que ela detesta. Por isso, aqui vai. Uma das coisas que me mexem (Carlota, repara neste pormenor, qualquer apresentador de TV diria uma das coisas que me mexe) com os nervos, mas com os nervos todos, com o grande simpático a abanar e as unhas quase a ser roídas, é ir almoçar ou jantar a casa de amigos, prestar-me a ajudar no que for preciso, naquela fase em que se estão a pôr os comeres e as alfaias na mesa, a “generala” (todas as casas têm uma "generala", mais ou menos contida, mas generala, pela simples razão que todas as mulheres têm uma generala dentro de si que têm de libertar de vez em quando) dizer que não, que não precisa, senta-te aí, já aí vou ter contigo, está á vontade e depois começar com um "Zé (marido), importas-te de me trazer aquela travessa que…? Olha, Zé, já que estás aí vê lá se a maionese já está consistente. Zéééé, querido, importas-te de abrir aquela latinha de alcaparras? Olha, Zé, se calhar é preciso ir lá fora que me esqueci de comprar aqueles aperitivos que a tua mãe gosta muito e que o espumante gosta também. Zé, querido, desenformas o pudim para dar tempo a refrigerá-lo? Amor, vais lá baixo à arrecadação escolher o tinto,? É que só trouxe o branco. Zé, regulas aí o aquecimento? Está quente de mais…
E o Zé traz a travessa, confere a maionese, abre a lata de alcaparras, vai lá fora buscar aperitivo, desenforma o pudim e escolhe o vinho e regula a temperatura da sala. A mulher do Zé é um amor de criatura mas o generalato doce e feminino que se instalou no lar português irrita-me tanto como as cortinas de fios da Carlota. Mas se calhar é aqui que reside o segredo de um grande amor, que sei eu destas coisas? Por outro lado, olhando o Zé de soslaio, consigo adivinhar uma expressão de acabrunhamento mal disfarçado pelo esforço genuíno em ajudar a mulher nas minudências pré-refeição.
E pronto, fica aqui um post sem falar de professores (os malandros), da Fenprof (os bandidos). Do Sócrates e Zapatero (aqueles hipócritas, não é que agora resolveram… hummm lá ia eu outra vez!). O post não saiu grande espingarda mas eu não quero ser gozado pela Carlota outra vez!
NOTA: À noite, no remanso do lar e já sem visitas, o Zé prepara-se para ligar a Sport TV para ver as desgraças do seu clube eleito e a mulher enrosca-se nele, acaricia-lhe o queixo com o dedo e diz: - Amor, passas a vida a ver futebol, põe lá isso na SIC–Mulher, tá? (chuac, chuac, chuac, chuac).
Esta vida difícil de marido!...
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6 Comments:
LOL! :D
Mas, antes de mais, não foi exactamente gozar! Foi mais responder a uma provocação, na mesma moeda. Está lá tudo na caixa dos comentários!
De qualquer das formas, contra factos não há argumentos e, uma vez mais, fica provado que tu até tens um jeitão para escrever sobre seja o que for (só que eu acho mais graça quando não se trata de política pura e dura; gostos!), só precisas de encontrar a inspiração certa. :)
Eu também não aprecio o estilo generala, mas até compreendo que elas existam como como descreves. Há maridos que gostam muito de convidar gente para casa e depois julgam que tudo se faz sozinho. Por outro lado, eu também não gosto de pedir ajuda aos convidados. Dá-me mais trabalho explicar-lhes como quero as coisas feitas do que fazê-las eu mesma. É que eu sou um bocado esquisita nestas coisas, sabes? Coisas de picuinhas! :)
Acho que podias fazer uma série de ficção sobre as generalas...
(não estou a gozar!)
Beijolas.
Antes uma mulher generala que um homem sargentão
:D
IL
ahahahahahahhah! eu sabia, eu sabia, que não ias deixar passar em branco aquela resposta da Carlota!
carlota
Fica a ideia sobre a série das "generalas"... vou pensar nisso, mas ando um pouco hammm... atarefado
beijola
:)
IL
Tens razão. Antes uma sargentona. De buço e axilas por depilar
:))
sinapse
Tu é que me compreendes... eu ia lá deixar passar aquela provocaçãozinha
beijinhos cúmplices
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