sexta-feira, março 30, 2007

A preocupação liberal urbana



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Paira uma evidente preocupação pela anunciada perda de qualidade do DN, com um feixe de razões aduzidas, por exemplo,
aqui e aqui, entre mais.

Se, no essencial, é pacífico concordar com alguns dos argumentos para a temida queda anunciada de qualidade, por outro vai sendo tempo de se perceber que não há forma de se manter uma linha “sustentada” (como agora se diz) de nenhum jornal, se não houver receitas. E nenhum empresário se sentirá tentado à filantropia de manter felizes algumas elites de liberais urbanos. No extremo, essa acção caberia ao Estado, mas sabe-se no que dá sempre que o Estado se mete a fazer jornais.

De resto, outra coisa me salta à ideia. Ainda relativamente ao Diário de Notícias, não me ocorre ver gente preocupada com a linha editorial de um passado recente em que um grupo de “infantes terríveis” liderados por A.J.Teixeira exercitava uma esquerda modernaça “em cada esquina” do jornal, em paralelo com uma louvaminha inteligente ao Largo do Rato.

Agora vem aí o “homem da bola”. Eu também me arrepio ao pensar que o DN se possa tornar numa extensão do 24 horas, mas depois sento-me, penso um bocadinho e concluo que o DN mantém um grupo de excelentes cronistas e comentadores que, tanto quanto julgo saber, não deixa o jornal. E isso causa-me algum conforto. E os liberais urbanos, para usar o termo to
RCB continuará a ter à disposição o contributo de excelentes cronistas e jornalistas. Independentemente de alguma tendência ”batenavó” que possa por aí aparecer a que se poderá conceder o devido desconto, em nome da tal sustentabilidade (e independência) do jornal.


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