Atirar a toalha
Clicar para ver maior (salvo seja)
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Já mudei fraldas a bebés, já cozinhei, preguei um botão de colarinho num hotel, já fiz a cama, já passei esfregonas em chãos, já accionei o botão de uma máquina de lavar loiça (e roupa também), já lavei loiça à mão. Já preparei biberões e até já estendi roupa, uma vez entendido aquele mecanismo dos rodízios que nos permite estender roupa sem saír do lugar. Já pedi salsa à vizinha e só não fiz ponto de cruz porque nunca experimentei já que, verdadeiramente, nunca tal me passou pela cabeça, nunca foi preciso e acho pires. Já fiz sessões de má língua, já fiz asneiras ao volante e, aqui e ali, até já consegui ser complicado, instável, volúvel e absolutamente impossível de aturar.
Resumindo, já fiz praticamente tudo aquilo que impropriamente é designado por tarefas do gineceu, tendo concluído que pude fazer o que elas fazem. Claro que há funções (vitais) que me são vedadas só porque não tenho o que elas têm ou, pondo as coisas de forma mais perceptível, eu tenho coisas que elas não têm…whatever (este whatever é o vocábulo inglês mais oportuno que conheço), mas, até "nisso", consigo uma apreciável capacidade de atingir formas e substâncias de aplicação abrangente – e quem não percebeu o que acabei de dizer, vai ficar sem perceber porque eu não vou explicar.
Não sou, portanto, machista, sexista e, muito menos, não tenho mania que não sei pregar botões, assim ao estilo da piada racista que dizia que os pretos tinham um cromossoma que os impedia de ser pilotos de aviação, afirmando que as mulheres tem um gene próprio para a lide caseira.
Mas descobri uma tarefa onde vou, incondicionalmente, ter de me render à realidade. Não consigo, ultrapassa-me de todo, it´s way beyond my full and comprehensive range of mental and physical skills - engomar uma camisa. Há "ali" qualquer coisa que me provoca um bloqueio qualquer, há uma sensação de impotência frustre, qualquer coisa como despejar uma bisnaga de pasta de dentes e tentar meter a pasta lá dentro outra vez, mas a verdade é que não dá.
Circunstancialmente, tenho tentado engomar uma camisa, só porque a empregada teve uma criança (lá está outra coisa que não consigo fazer, quer dizer, fazer, consigo, não consigo fazer é no sentido de entregar a criancinha a este mundo). E cheguei à conclusão que é uma tarefa inatingível para mim. Desde abrir a tábua de engomar (estive seguramente cinco minutos a tentar perceber como é que "aquilo" se abria), passando pela água que eu, devidamente avisado ao telefone, tinha de colocar no ferro (levou-me mais 10 minutos a "descobrir" por onde é que se mete a água) até conseguir definir o botão onde carregar para "aquilo" espichar água na roupa, foi um período de agonia que não me apetece repetir. Da acção de engomar a camisa propriamente dita, poupo-vos a descrição. Teria que dizer um palavrão ou dois e não me apetece. É que aquela parte da frente, onde estão os botões, ainda é mais ou menos passível de ser razoavelmente engomada. Mas… e as mangas? E aquele zona absolutamnete estúpida, que eu não percebo porque é que as camisas têm de ter, dos ombros? E uma prega imbecil atrás que começa muito vincadinha e depois desaparece gradualmente nas costas? E…
Há, portanto, pelo menos, uma coisa em que me rendo à superioridade feminina. Atiro com a toalha e vou ao 5àSec…
Já mudei fraldas a bebés, já cozinhei, preguei um botão de colarinho num hotel, já fiz a cama, já passei esfregonas em chãos, já accionei o botão de uma máquina de lavar loiça (e roupa também), já lavei loiça à mão. Já preparei biberões e até já estendi roupa, uma vez entendido aquele mecanismo dos rodízios que nos permite estender roupa sem saír do lugar. Já pedi salsa à vizinha e só não fiz ponto de cruz porque nunca experimentei já que, verdadeiramente, nunca tal me passou pela cabeça, nunca foi preciso e acho pires. Já fiz sessões de má língua, já fiz asneiras ao volante e, aqui e ali, até já consegui ser complicado, instável, volúvel e absolutamente impossível de aturar.
Resumindo, já fiz praticamente tudo aquilo que impropriamente é designado por tarefas do gineceu, tendo concluído que pude fazer o que elas fazem. Claro que há funções (vitais) que me são vedadas só porque não tenho o que elas têm ou, pondo as coisas de forma mais perceptível, eu tenho coisas que elas não têm…whatever (este whatever é o vocábulo inglês mais oportuno que conheço), mas, até "nisso", consigo uma apreciável capacidade de atingir formas e substâncias de aplicação abrangente – e quem não percebeu o que acabei de dizer, vai ficar sem perceber porque eu não vou explicar.
Não sou, portanto, machista, sexista e, muito menos, não tenho mania que não sei pregar botões, assim ao estilo da piada racista que dizia que os pretos tinham um cromossoma que os impedia de ser pilotos de aviação, afirmando que as mulheres tem um gene próprio para a lide caseira.
Mas descobri uma tarefa onde vou, incondicionalmente, ter de me render à realidade. Não consigo, ultrapassa-me de todo, it´s way beyond my full and comprehensive range of mental and physical skills - engomar uma camisa. Há "ali" qualquer coisa que me provoca um bloqueio qualquer, há uma sensação de impotência frustre, qualquer coisa como despejar uma bisnaga de pasta de dentes e tentar meter a pasta lá dentro outra vez, mas a verdade é que não dá.
Circunstancialmente, tenho tentado engomar uma camisa, só porque a empregada teve uma criança (lá está outra coisa que não consigo fazer, quer dizer, fazer, consigo, não consigo fazer é no sentido de entregar a criancinha a este mundo). E cheguei à conclusão que é uma tarefa inatingível para mim. Desde abrir a tábua de engomar (estive seguramente cinco minutos a tentar perceber como é que "aquilo" se abria), passando pela água que eu, devidamente avisado ao telefone, tinha de colocar no ferro (levou-me mais 10 minutos a "descobrir" por onde é que se mete a água) até conseguir definir o botão onde carregar para "aquilo" espichar água na roupa, foi um período de agonia que não me apetece repetir. Da acção de engomar a camisa propriamente dita, poupo-vos a descrição. Teria que dizer um palavrão ou dois e não me apetece. É que aquela parte da frente, onde estão os botões, ainda é mais ou menos passível de ser razoavelmente engomada. Mas… e as mangas? E aquele zona absolutamnete estúpida, que eu não percebo porque é que as camisas têm de ter, dos ombros? E uma prega imbecil atrás que começa muito vincadinha e depois desaparece gradualmente nas costas? E…
Há, portanto, pelo menos, uma coisa em que me rendo à superioridade feminina. Atiro com a toalha e vou ao 5àSec…
29 Comments:
Não vás à do cascaisshopping que eles passam muito mal os colarinhos das camisas, e não sabem passar aquela prega da parte de trás.
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
whispered: (eu nem sequer sei passar a ferro, quanto mais engomar!)
(haja saúde!)
Beijinhos, engomadinhos,
Sinapse
Caro amigo, aqui ficam umas ajudas após breve busca no Google:
http://www.ehow.com/how_4180_iron-shirt.html
http://www.tutorials.com/04/0476/0476.asp
http://beauty.about.com/cs/fashionmenu/ht/ironshirt.htm
http://okok.essortment.com/howtoironash_myz.htm
http://www.geocities.com/buddychai/Misc/Ironing.html
Boa sorte!
Ó homem de Deus, tu não tens uma dessas engomadorias que até levam a roupa a casa? I don't believe!!!!
Quanto ao resto lol lol lol e beijinhos!!!!!
A realidade é que, e para ficarmos em pé de igualdade, também eu estou muito mal habituada:Tenho quem faça por mim esse detestável serviço do ferro e confesso que para além dumas jeans nada mais passo a direito...
Ah, observar-me tentar colocar agua no minusculo buraquito é mais uma tarefa dificil para as pupilas, vulgarmente conhecidas como "menina(o) do ollho"
Hoje sim...uma boa quarta!
Espumadamente a espumar no seu melhor: temos mais uma coisa em comum, eu, tu e a Sinapse! Já agora, consegues dar um comprimido a um gato? É tão parecido com pôr água no buraquinho do ferro! Beijinho solidário
E clicando duas vezes não cai a toalha?????
Ó, Espumante, que post tão inspiradinho, que regalo de leitura!
Só tive mesmo pena foi que nos tivesses poupado a acção de engomar a camisa propriamente dita, que, mesmo com uns palavrões à mistura, eu tenho a certeza de que tinha dobrado o riso!
Adorei a parte de teres ficado a olhar para a tábua de passar a ferro para descobrir como a abrir... É tão tipicamente masculino...
Mas, va lá, consegues fazer muita coisa que a maioria dos homens não sonha, como a difícil tarefa de pôr uma máquina de lavar a trabalhar, que é um verdadeiro quebra-cabeças!
Agora o que não pude deixar de levar a mal foi teres achado que o ponto cruz é piroso. E essa vais ter de a pagar bem cara! Manda lá a tua morada, que eu envio-te um quadro de ponto cruz feito por mim, vá!
:)
Beijola.
Chamo a isto um post delicioso, pq me faz riiiirrr, ao imaginar as cenas patéticas! E ainda tiveste sorte se não te confrontaste com 2 mangas, cujos vincos terminam em sitios que deveriam ser semelhantes e não o saõ. Tirando isso...fácil, bué fácil! É só seguir o esquema tradicional. :)))
Ah e a tábua pode ficar montada até à próxima edição. Não causa "depresson" ao ego! :))
Bjs
Gota
Tens a minha solidariedade masculina! Sou outro incapacitado de tal, sem dom para engomar!;-)
Um abraço
Se me permites acrescento o cúmulo desse nobre acto que é passar a ferro (é nobre porque qualquer mulher que consiga manter-se HORAS a fio, de pé, a mexer o braço para frente e para trás, tem de ganhar uma medalha):
O cúmulo é o seguinte:
Informarmos a companheira que vamos viajar, sei lá, ficar longe de casa, da família e dos amigos, sei lá, durante 6 meses e essa companheira ir imediatamente a correr ao Cascaishopping comprar um daqueles 'ferrinhos-de-engomar-com buraquinho-para-a-água-e-tudo-que-cabem-dentro-da-necessaire'. Aonde é que já chegamos senhores????? É muita ternura...
Para finalizar transmito-te uma sugestão que vi num canal japones algures em Bagdad:
SE tiveres de passar uma camisa a ferro passa apenas em 3 sítios:
1) No colarinho,
2) Na parte central da mesma, mais ou menos um palmo para cada lado dos botões,
3) E finalmente, nos punhos.
'Isto' qualquer contribuinte residente em Periscoxe consegue fazer!
As outras partes não têm relevância, nem material nem substancial, já que não ficam à vista do comum dos mortais. Logo, não comprometem o modelo.
PS: Isto só se aplica, evidentemente, em situações onde a parte de cima do fato ou o próprio blazer permaneçam sempre 'colados' ao usuário. Caso contrário arriscaste a não fazer qualquer negócio nos próximos 300 anos! (Negócio no sentido lato, já agora)
ana
Tu levas-me demasiado a sério :))))
Um grande beijinho para ti
Sinapse
Qual é a diferença entre passar a ferro e engomar???? Estás a tornar as coisas mais difíceis :)))
Beijinhos difíceis
Boa Noite!
Amigo, soberba descrição! Depois desta suculenta exposição nada melhor do que encontrar uma nova empregada ou então ir a uma lavandaria!
Gostei desta: “E uma prega imbecil atrás que começa muito vincadinha e depois desaparece gradualmente nas costas?” Lindo, simplesmente lindo!
Um óptimo feriado!
bekx
Eu pensava que era gozo... afinal é a sério e tá lá tudo explicado :))Obrigado mas, em definitivo, passei a cliente do 5àSec até ao fim do mês.
Madalena
Já segui o teu conselho.
beijinhos para ti
PS Ainda bem que te riste
Alexiaa
O que é "passar a direito"?????
A menina, uma vez mais está a tornar as coisas mais difíceis com o seu léxico muito próprio :)
Uma boa quarta para si, como eu desejaria para mim, como já é meia noite menos dez desejo-lhe igualmente uma boa quinta mas isto, claro, não abusando...
:))
Beijhinhod passados a ferro. A direito!
Já agora, sabe como fazia quando estava na faculdade? Depois de lavada a camisa batia-lhe com tanta força (sorte era a camisa ser de boa qualidade) e posteriormente colocava-a num cabide e esticava a pontas; onde está os botões e as “casas do botões”. No Inverno apenas passava os colarinhos e as pontas das mangas!
Abraço
125_azul
reparaste no número de mulheres que aqui admitiu não saber passar a ferro?
Algo não está correcto :)
Quanto ao comprimido a um gato, dou uma pílula de quinze em quinze dias a duas gatas malucas que tenho cá em casa desde que resolvi fazer a vontadinha à filha.
Beijinho
Anonymous
É uma questão de experimentar...
Boa sorte :)
Ahahahahahah!!! Deixa ..eucá detesto engomar seja o que for.... e então quando se fala em camisas ou calças de vinco...fujo delas como o diabo da cruz!!!
Bjs
Carlota
Uau, amanhã segue já a minha morada por e-mail. Então eu ia perder uma oferta dessas?
Ponto cruz? Já agora, é ponto cruz ou ponto de cruz?
Fico ansiosamente aguardando a resposta :))
Obrigado e um beijinho por teres gostado do post. É a gentileza do costume em ti mas eu gosto :))
Beijola
Gota
Claro. Facílimo. Os homens é que são uns chouriços, não é?
Obrigado pelas tuas palavras, amigona.
beijinho
Periférico
Espero que não seja pecado e que isso não contribua para que possamos ser apelidados de machistas. Logo eu que sou tão ajeitadinho noutras coisas :))
Um abraço
Muxanga
Ainda não cheguei a esse pormenor do "ferrinho" a caber no "necessaire". Por enquanto ainda vou ficando sempre em hoteís com room and valet service e housekeeping :)))
Um abraço
Shark
1.- Já não ando na faculdade!
2.- Já me faltariam as forças para desatar à pancada às camisas.
Isto é uma crise passageira e foi mais petexto para um post do que outra coisa
Um abraço
(olha, afinal parece que posts que versam sobre tarefas domésticas também funcionam muito bem quanto à quantidade (e qualidade) de comentários)
(e vim eu deixar este comentário e sem querer desempatei o score com o post sobre futebol ...)
Beijinhos, passadinhos a ferro [mas não por mim ... que (como confessado) não sei passar a ferro],
Sinapse
Sinapse
Está provado. Quando houver crise de comentários... futebol e tarefas domésticas :)))
beijinhos comentadores
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